E foi confirmado essa semana que o novo
Ghostbusters será lançado em 22 de julho de 2016 e que todo o elenco principal
será feminino. As novas caça-fantasmas serão as atrizes Kristen Wiig, Melissa
McCarthy, Kate McKinnon e Leslie Jones. O filme, aparentemente, será um reboot
sem nenhuma relação de continuidade com o universo dos dois filmes originais de
1984 e 1989.
Como um fã por toda a vida dos filmes originais,
achei que deveria comentar alguma coisa sobre isso.
Um filme com uma nova equipe, só de mulheres, num
universo distinto dos filmes originais, é o ideal? É aquilo que os fãs dos
Caça-Fantasmas queriam e esperaram durante muitos anos? Não, não é.
Vamos falar sobre o "ideal". O ideal é
que Ghostbusters 2, de 1989, tivesse sido uma continuação melhor. Isso teria
propiciado um feedback melhor da crítica e do público e, com grande
probabilidade, teria levado a um terceiro filme com o elenco original ainda na
primeira metade dos anos 90. Como sabemos, nada disso aconteceu. Embora tenha
sido um relativo sucesso de bilheteria na época (e aprovado por parcela dos
fãs, entre os quais me incluo), o segundo filme de certa forma "enterrou"
a franquia.
O "ideal" é que, apesar de Ghostbusters 2
ter deixado a desejar, os quatro atores principais e o diretor Ivan Reitman
conseguissem se acertar para o lançamento de um terceiro filme numa época em
que os atores ainda não estavam velhos demais (ou gordos demais) para voltar à pele de seus personagens. Na minha singela opinião, isso tinha que ter
acontecido, no máximo, até 1999 - o décimo aniversário do segundo filme. Depois
disso, já era tarde demais.
Depois disso, com o elenco principal já velho e
gordo, o "ideal" era que Ghostbusters 3 fosse um filme de transição,
com os velhos Caça-Fantasmas passando a tocha para uma nova geração. Durante
muitos anos, parecia que esse seria o caminho natural da franquia. Só que,
sabe Deus por que, o estúdio e os produtores ficaram se arrastando em cima da
questão por anos e anos e anos a fio, e daí o pior aconteceu.
Chegou fevereiro de 2014 e Harold Ramis, o eterno
Egon Spengler, morreu.
Como falar em um cenário "ideal" para
Ghostbusters em um mundo em que Harold Ramis não está mais entre nós?
Minha sugestão para os fãs? Esqueçam o
"ideal". O universo "original" dos Caça-Fantasmas (formado
pelos dois filmes de 1984 e 1989, bem como pelo jogo de videogame de 2009) está
fechado, encerrado e não há mais como voltar a ele - a menos que seja por
alguma via alternativa que dispense atores de carne e osso (livros, HQs,
animações, etc). O segundo filme já conta com 26 anos nas costas. A hora de
retomar aquele universo nos cinemas passou há muito tempo, e morreu em
definitivo em fevereiro de 2014, junto com Ramis. É um ciclo que terminou, e
isso não é necessariamente uma má notícia, pois sempre teremos os dois filmes
originais e o ótimo complemento dado pelo game de 2009.
O novo Ghostbusters de 2016 vai ter o seu universo
próprio, uma realidade à parte. E, na minha opinião, a ideia de adotar uma nova
abordagem, com uma equipe feminina, é excelente. Ao contrário do que alguns
"indignados" andam dizendo na internet, o filme original de 1984
nunca foi um filme "de homem" ou um filme "sobre caras" -
ele é um "buddy movie". É um filme sobre amigos, sobre pessoas
socialmente desajustadas e rebeldes, que se recusam a se ajustar aos padrões e
que vencem na vida sem observar as regras convencionais - um tema recorrente
nos personagens criados por Harold Ramis ao longo de sua carreira.
Acredito que o novo filme, explorando esta temática
sob um viés agora feminino, pode render situações memoráveis e hilárias. É
claro que só Deus sabe se o filme vai ser bom ou não. Mas ele começa bem. Seria
uma temeridade tentar fazer um "remake" do original, com a
preocupação de ser "fiel" a ele. Da mesma forma, não há mais
condições de pensar numa continuação propriamente dita. Um reboot do zero, com
suas próprias regras, é a única saída possível. Como já vimos, não é o ideal.
Mas os diferentes cenários "ideais" para a franquia já pertencem
todos ao passado. O futuro da franquia está com Wiig, McCarthy, McKinnon e
Jones. Toda sorte do mundo para elas, e vida longa para os (e para as) Caça-Fantasmas!
2 comentários:
Excelente texto, Caveira.
Penso da mesma forma, Caça-Fantasma deveria ter recebido uma continuação no máximo até o ano de 2000, depois disso ficaria difícil repetirem o climax passado.
A morte Egon foi a última pá de cal, mas, não vejo como não pode dar certo uma releitura da franquia.
Oremos, hahaha!
Tâmo junto, Diogo! Oremos! :D
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