terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Resenha: IRON MAIDEN - RUN TO THE HILLS - A BIOGRAFIA AUTORIZADA (Mick Wall)



Do mesmo autor da bibliografia do Metallica publicada aqui no país pela Editora Globo (clique aqui para ler a resenha do Caveira), o renomado autor de biografias musicais Mick Wall ataca agora com este Iron Maiden - Run to the Hills, contando a história de outra das maiores bandas do heavy metal mundial em todos os tempos.

Devidamente autorizada pela banda (e contando até com um curto prefácio do líder do Maiden, Steve Harris), a biografia conta a história desta lenda do metal desde os primórdios, com os primeiros projetos musicais de Harris na adolescência, até a tour de divulgação do álbum "Dance of Death" de 2003. Trata-se de uma leitura fácil e agradabilíssima para os fãs da banda (não gosta de Iron Maiden? Então clique aqui!), e o que não falta são boas histórias, dada a grandiosidade da longa e rica história do Iron.

Certamente não por coincidência, este livro padece de alguns problemas semelhantes à já referida biografia do Metallica, os quais eu já tinha apontado na resenha desta. Isso evidencia que o problema não estava naquela obra, mas sim no estilo de Wall. Trata-se do seguinte: assim como na biografia do Metallica, também neste livro sobre o Maiden o autor concentra a maior parte do "fôlego" da obra nos primórdios do grupo, contando de forma sumária, "corrida" e menos detalhada a história da banda dos anos 1990 em diante.

Exemplifico: o livro tem 390 páginas. Nada menos do que 261 são gastas para contar a história da banda no período de 13 anos entre 1975 e 1988. Os outros 15 anos da banda (1988-2003) ficaram espremidos nas 129 páginas restantes, das quais 51 são utilizadas para contar o período entre 2000 e 2003.

Resultado: toda a rica história do Iron Maiden nos anos 1990 (a entrada de Janick Gers, o álbum "No Prayer for the Dying", o aclamado álbum "Fear of the Dark", o lançamento de três álbuns ao vivo e da primeira coletânea da história da banda, a polêmica saída de Bruce Dickinson, os cinco anos da "Era Blaze Bayley", os eventos que levaram ao retorno de Bruce e Adrian Smith à banda, etc) são condensados em míseras 78 páginas.

Ou seja: é bem provável que você descubra fatos novos e fascinantes sobre a primeira década do Maiden. Mas, se você já é fã do grupo há algum tempo e tem razoável conhecimento sobre a história da banda, provavelmente vai dar de cara com pouca (ou nenhuma) novidade sobre a história da banda nos anos 90. Uma pena. Aparentemente, este é um defeito sistemático nas biografias de autoria de Wall, que não consegue manter o mesmo fôlego informativo (e de pesquisa) nos estágios mais avançados das bandas cujas histórias resolve contar.

De qualquer forma, estas falhas pontuais não mudam o fato de que Run to the Hills é uma ótima e imperdível leitura para os fãs do Maiden, e a história que o livro conta torna mais fácil de entender as razões que levaram o projeto do jovem e determinado Harris a se tornar um dos maiores ícones da história do heavy metal de todos os tempos. Não deixe de conferir! 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O Caveira analisa: MEGADETH - SUPER COLLIDER (2013)



Poucas bandas clássicas de heavy metal e hard rock envelheceram tão bem quanto o Megadeth. O bom e velho Dave Mustaine basicamente vem nos presenteando, de forma muito generosa, com um novo e ótimo álbum da banda a cada dois anos. Foi assim com "United Abominations" (2007), "Endgame" (2009) e "Thirteen" (2011). Mas eis que chegou a vez do novo álbum, "Super Collider", lançado no ano passado. E daí a coisa desandou: foi a primeira vez, desde 1999, que a crítica e os fãs caíram maciçamente de pau em cima de um álbum do Megadeth.

Há quinze anos atrás, o então recém-lançado álbum "Risk" decepcionou os fãs porque o disco simplesmente não soava como Megadeth. É questão de gosto: alguns fãs acham que as bandas têm o direito de inovar, experimentar e se aventurar por novos sons. Outros acham que uma banda sólida deve permitir que o fã de longa data já adivinhe o que irá ouvir só olhando para a capa do novo disco, e que as bandas devem ser fieis aquilo que se identifica como sendo a "sua sonoridade".

Particularmente, acho que existem grandes exemplos, na história do rock, de bandas que adotaram as duas diferentes posturas. Grandes bandas, como AC/DC, Ramones e Iron Maiden jamais se afastaram em demasia da sonoridade e do estilo que as celebrizaram. Outras, como Led Zeppelin e Metallica, muitas vezes foram criticadas por sua diversidade.

Entrei nesse mérito para dizer que, na época, o criticado álbum "Risk" de fato podia não soar como nada que o Megadeth tivesse feito antes. Mas não era, de forma alguma, um disco ruim. Basta ouvir músicas como "Insomnia", "Seven" e a excelente balada "Breadline" (uma das melhores que o Megadeth já fez até hoje) para verificar isso. "Risk" podia ser rejeitado por "não ser Megadeth", mas não por ser um disco ruim. As composições fortes estavam lá.

Infelizmente, dessa vez, o mesmo não se verifica com "Super Collider". Novamente, assim como em "Risk", Mustaine claramente tenta trazer um sopro de ar fresco para a discografia da banda, fugindo do thrash/heavy metal mais óbvio dos excelentes três álbuns anteriores. A vontade de surpreender, arriscar e não ser previsível se faz evidente. Mas dessa vez, ao contrário do que aconteceu em "Risk", a falta de composições de peso é gritante. Tirando o trabalho vocal de Mustaine, que está muito bom, todo o resto parece excessivamente apressado e pouco elaborado.

As composições são imediatamente esquecíveis, planas e pouco desenvolvidas. Tanto isso é verdade que, quando surge "Dance in the Rain" (disparado, a melhor música do álbum), já na metade final do disco, o ouvinte é tomado de surpresa e, na comparação com esta ótima música, percebe o quão insosso é todo o resto do material. "Kingmaker", "Burn", "Beginning of Sorrow" e o cover de Thin Lizzy ("Cold Sweat") propiciam outros bons momentos para o ouvinte, mas é muito pouco destaque para o total de 45 minutos de música.

Em resumo, "Super Collider" não é nenhum desastre, e não irá de forma alguma prejudicar a reputação da banda. Fãs de longa data (e com a cabeça mais aberta) podem ouvir sem medo e irão, inclusive, encontrar alguns bons momentos no disco. Ainda assim, dentro da extensa e excelente discografia do Megadeth, "Super Collider" provavelmente é um dos discos mais fracos e dispensáveis já lançados pela banda até hoje.

De qualquer forma, os fãs do Megadeth não precisam se preocupar. Apesar da rejeição da crítica e dos fãs mais tradicionais, o álbum está indo muito bem comercialmente (ficou em 6º na lista da Billboard 200, a melhor posição da banda em 20 anos!) e Mustaine já anunciou oficialmente que haverá um novo álbum em 2015. O que interessa é que o Megadeth está firme e forte, pois todo mundo dá uns escorregões de vez em quando. "Super Collider", de fato, é fraquinho. Mas não é nenhuma tragédia e vale, sim, uma conferida.

Que fim levou o Caveira?!?



ONZE MESES sem postagens! Um recorde! Dessa vez, certamente muita gente achou que o Caveira tinha batido as botas e ido da terra dos mortos para a terra dos ... ahn, errr, hmmm ... dos MAIS mortos.

Mas não se preocupem, queridos amigos cripteiros! Vaso ruim e O Caveira não quebram! Estamos de volta com a nossa programação normal e, em 2014, o nosso lúgubre barco do terror voltará a navegar em águas escuras, sombrias e sinistras!

Vou ali pegar uma vassoura e um balde d'água para dar uma geral aqui na Cripta, reacender as velas e tochas e em questão de minutos estaremos 100% operacionais novamente.

Sejam bem-vindos de volta, corpos & almas!