segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Resenha: A DAMA DE FERRO (2011)



Aproveitei o feriado para ir conferir "A Dama de Ferro" (The Iron Lady) no cinema. O filme é uma biografia da ex-Primeira-Ministra britânica Margaret Thatcher, e apresenta a veterana Meryl Streep no papel principal.

Eu já tinha lido algumas críticas que apontavam para o fato de que a única coisa realmente boa no filme era a fantástica atuação de Streep, mas ainda assim saí desapontado do cinema.

O filme é incrivelmente decepcionante. O roteirista Abi Morgan e o diretor Phyllida Lloyd conseguiram a façanha de pegar uma das personalidades históricas mais importantes do Século XX e retratá-la nas telas como se estivessem contando a história de uma senhora idosa qualquer. É como se a velhice de Thatcher nos dias atuais fosse de fato o aspecto principal da história, sendo que toda a rica história dos quase 12 anos em que Thatcher foi Primeira-Ministra da Inglaterra é reduzida quase que a uma condição de "pano de fundo", de flashbacks, de notas de rodapé no drama de uma idosa tendo que lidar com as dificuldades da idade avançada.

Tamanha inversão de valores no grau de importância que esse filme dá para os diferentes momentos da vida de Thatcher, aparentemente, só encontra uma única explicação racional: como a velha Dama de Ferro é uma figura política extremamente polêmica (para não dizer que entrou para a história como protagonista de um governo desastroso e detestável), os produtores do filme aparentemente resolveram fazer uma biografia "apolítica" de Thatcher, dando ênfase no "ser humano" em detrimento da ex-líder política.

Trata-se, é claro, de uma pretensão das mais absurdas. Thatcher nunca se destacou enquanto "ser humano", mas sim como liderança política. Abordar a carreira política de Thatcher com uma pressa de videoclipe, para focar demoradamente no "lado humano" da sua velhice, não é outra coisa senão pegar toda a riqueza de uma personalidade política singular, de grande importância histórica, e transmutá-la numa figura humana banal, à mercê dos mesmos questionamentos e inevitáveis problemas que afetam igualmente todos os seres humanos. Não seria preciso dizer que nem mesmo Meryl Streep, apresentando uma das melhores atuações dos últimos tempos, é capaz de salvar essa Thatcher reduzida de grande figura histórica para a condição de velha caduca anônima.

As patrulhas ideológicas de plantão já estão criticando o filme, é claro: uns achando que o filme "humaniza" demais uma figura política abominável, outros achando que o filme desrespeita e minimiza uma liderança política de grande importância histórica. Ambas as críticas erram o alvo. O filme peca, isso sim, por ficar "em cima do muro", por achar que seria possível fazer um filme "sem lado" sobre uma personalidade controversa. Qualquer que fosse a linha adotada - de adoração ao legado de Thatcher ou de profunda rejeição de seus anos no poder, o resultado teria sido um filme imensamente mais valioso e justificável.

Com aparente medo de polemizar, "A Dama de Ferro" ficou sem sal e sem rumo, indo do nada para lugar algum, e reduzindo a notas de rodapé os capítulos mais importantes da vida da personalidade histórica retratada. A sensacional atuação de Meryl Streep ainda justifica a ida ao cinema, mas a falta de roteiro e direção à altura da performance da atriz são gritantes.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

TOP TEN DO CAVEIRA: As músicas que me farão lembrar de 2011



É, eu sei que já estamos quase em meados de fevereiro e que já está muito um pouco tarde para retrospectivas e coisas do tipo. Mas essa aqui não prescreve, pois é bem legal. Por que? Porque é uma retrospectiva musical!

Sabe quando o ano termina e você olha para trás e relembra das diferentes músicas (conhecidas há tempo ou recém descobertas) que marcaram a sua vida ao longo dos últimos doze meses? Aquelas músicas que sempre nos farão lembrar de um determinado momento de nossas vidas quando as ouvirmos no futuro? Pois é, aqui vai o meu top ten: as músicas que marcaram as diferentes etapas do meu ano de 2011 e que sempre me farão lembrar do ano que passou. Vamos a elas!


1 - BORN TO DIE IN BERLIN (Ramones): um dos últimos sons do Ramones. Conheço essa música há quase quinze anos, mas só em 2011 ela veio realmente a chamar minha atenção. Para um prazer redobrado, procure também pela excelente versão da Nina Hagen. Ouça em: http://www.youtube.com/watch?v=18KMqQM1-EM


2 - LOVE UNDER WILL (The Jet Black Barries): uma esquecida pérola pop-new-wave-pós-punk dos anos oitenta, parte da trilha sonora do clássico de horror Return of the Living Dead, um dos melhores filmes de zumbis já feitos. Ouça em: http://www.youtube.com/watch?v=f5Zj2EKutvU


3 - CLONES (Alice Cooper): eu sou fã do bom e velho Alice Cooper desde as primeiras vezes em que vi, na adolescência, os videoclipes de "Welcome to my Nightmare" e "I'm Eighteen" na MTV. Em 2011, tive a oportunidade de ver o ídolo ao vivo, e graças a isso acabei descobrindo uma velha e excelente faixa dele que eu nunca tinha ouvido: Clones (We're All), do álbum Flush the Fashion (1980). A versão de estúdio é ótima, mas ao vivo a execução dessa música foi de chorar de emoção. Viva o véio Alice! E, para um prazer redobrado, fuja como o Diabo da cruz do sofrível e desnecessário cover feito pelo Smashing Pumpkins. Ouça aqui: http://www.youtube.com/watch?v=6xgow_GbXhk


4 - BLACK CELEBRATION (Depeche Mode): como fã do pop dos anos 80, naturalmente curto Depeche Mode há muito tempo. Mas confesso que nunca tinha ouvido com atenção essa pequena preciosidade dark-deprê do grupo. Black Celebration é a prova de que é possível combinar pop oitentista com um astral down sem necessariamente ouvir The Cure. Ouça aqui: http://www.youtube.com/watch?v=vXfbnS_BybQ


5 - THE KIDS ARE BACK (Twisted Sister): bom, eu adoro Twisted Sister, mas não sou muito íntimo da discografia da banda. Foi só vendo o recente filme Jackass 3 que vim a descobrir esse divertido hino metal-farofa sobre a reafirmação da juventude. Num ano marcado pela reunião de uma banda punk com a qual eu não tocava desde o ano 2000 e pela reunião da minha turma de escola da 5ª série (de 1992!), não poderia haver uma música mais apropriada! Ouça aqui:  http://www.youtube.com/watch?v=8-DK0coEFAQ


6 - 30 (Twisted Sister): sim, sei que estou correndo o risco de levar um rótulo de "BAITOLO" na testa ao colocar DUAS músicas do Twisted Sister na minha lista de faixas que marcaram meu ano de 2011, mas que posso fazer se os velhos travestis do hard rock oitentista têm tanto a ensinar? No ano em que fiz 30 anos de idade, esse breve manifesto do tipo "I will never get old" soa necessariamente inspirador. Tá certo que eu mal cheguei nos 30 - enquanto que Dee Snider anuncia que, para ele, "thirty came and went a long, long time ago". Mas a lição permanece válida. E a música é legal pra caramba, admitam! Sem falar que é o máximo ver os quase sexagenários membros da banda detonando no clipe! Veja o videoclipe oficial aqui: http://www.youtube.com/watch?v=vp1gIunQv8Y&ob=av2e


7 - HOT N' COLD (The Baseballs): sim, sim, eu sei que o original dessa música é da Katy Perry (e que não é grande coisa, na minha humilde opinião). Mas daí você dá essa música para os geniais caras do The Baseballs - uma banda alemã que só toca músicas pop conhecidas em versões rockabilly no melhor estilo Stray Cats - e o resultado é o que podemos chamar de um dos melhores covers de todos os tempos. Brian Setzer ficaria orgulhoso! Veja o vídeo oficial em: http://www.youtube.com/watch?v=CpWAl8C0H0A



8 - GHOST IN A BIKINI (The Judy's): coletando músicas velhas e novas para a minha festa de Halloween em outubro de 2011, dei de cara com essa grudenta, divertida e nonsense musiquinha - absolutamente perfeita para o Dia das Bruxas. Se algum dia você achou que as letras do Misfits eram de "horror meio bobo", então é porque ainda não prestou atenção na letra débil-mental dessa divertida faixa de Halloween. Ouça em: http://www.youtube.com/watch?v=qLbpWhLbTPw


9 - MY GIRLFRIEND'S GIRLFRIEND (Type O' Negative): gosto do Type O'Negative há quase dez anos, quando a banda lançou o ótimo álbum "Life is Killing Me" (2003), que na época eu comprei e ouvi à exaustão. Na verdade, a primeira vez que me interessei pela banda foi até antes, em 1997, quando ouvi o cover que a banda fez para "Summer Breeze" no filme de horror "I Know What You Did Last Summer". Apesar de tudo isso, foi só em fins de 2011 eu que acabei descobrindo essa faixa, que vem a ser um dos mais conhecidos hits da banda. E o clipe é maravilhoso também. Veja o vídeo oficial em: http://www.youtube.com/watch?v=KgkBWZXVLyk&ob=av3e


10 - WE DIDN'T START THE FIRE (Billy Joel): não, nunca fui fã de Billy Joel. Mas, carácoles, essa música é um barato! A letra é muito legal, o videoclipe é divertido e inteligente e a música é puro pop oitentista afetado até a alma. O que mais alguém pode querer para encher o dia de energia? :)   Veja o vídeo oficial em: http://www.youtube.com/watch?v=eFTLKWw542g&ob=av2e


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A melhor propaganda de todos os tempos?





Fala sério, dessa vez a Intel se superou!    o.O