Há duas semanas atrás, procedi
com mais uma empreitada nerd: comprei o Blu-Ray de THE GOONIES e assisti, pela
primeira vez em alta definição, este que é um dos meus filmes favoritos de
todos os tempos.
Não contente com isso, assim que
o filme terminou, imediatamente comecei a vê-lo de novo, dessa vez comentado do
começo ao fim pelo diretor Richard Donner e por todo o elenco principal.
Terminei minha "Goonie Night" vendo as cenas excluídas do filme.
Na verdade, todo esse material
extra (comentários do diretor e elenco e cenas excluídas) não é novidade do
Blu-Ray, formato no qual o filme só saiu em 2008. Esse material já estava
disponível em DVD desde 2001, mas foi a primeira vez em que o vi. Para ser sincero,
só fui adquirir o DVD de Goonies esse ano, pouco tempo depois de acabar
comprando o Blu-Ray. Tanto é que o meu DVD do filme ainda está lacrado no
plástico e não tenho planos para tirá-lo da embalagem ... :)
Rever Goonies é sempre um prazer,
mas esse material extra é uma diversão à parte. É um barato para os fãs ouvir
as observações de Donner e dos integrantes do elenco, agora todos adultos,
rindo e lembrando das experiências vividas durante as filmagens. O único ponto
a lamentar é que Sean Astin (que interpreta o protagonista Mikey no filme) teve
que sair no meio da projeção, sendo o único ator do elenco principal que não
participa até o final da faixa de comentários.
Vale lembrar que, na época dessa
reunião do elenco (entre 2000 e 2001), Sean Astin era o ator mais bem-sucedido
(e, possivelmente, com a agenda mais apertada) do grupo, pois estava de contrato assinado para viver Samwise Gamgee na
trilogia O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson. O curioso é que, hoje, podemos
tranquilamente dizer que Josh Brolin (que interpreta Brand, irmão de Mikey, em
Goonies) possui uma carreira mais sólida em Hollywood do que Astin. Exceto por
Goonies, praticamente tudo o que Brolin fez de mais importante na sua carreira
(No Country for Old Men, American Gangster, W, Milk, True Grit) aconteceu
depois da reunião do elenco do filme de Donner, eternizada no lançamento em DVD
em 2001.
As cenas deletadas também são
muito interessantes, pois explicam dois erros de continuidade que acabaram
ficando na edição final do filme.
Primeiro erro: no final do filme,
o personagem Data conta para seus pais que ele e seus amigos teriam enfrentado,
entre outras coisas, um polvo. Essa cena sempre me deixava com uma pulga atrás
da orelha, pois não há nenhum polvo em Goonies.
Há muitos anos, eu ouvia falar
que a "cena do polvo" teria sido excluída na edição do filme, mas só
agora finalmente vi a cena. Embora divertida, a cena é prejudicada pela pobreza
dos efeitos especiais. O ataque da referida criatura é ridículo, e o bicho mais
parece uma bóia colorida de borracha. De fato, é preciso reconhecer que sua
retirada da edição final foi uma boa ideia.
Segundo erro: quando os Goonies
encontram o mapa do tesouro no sótão da casa de Mikey, o mapa está intacto. No
entanto, quando eles chegam no velho restaurante que serve de esconderijo para
os Fratelli, o mapa está queimado nas pontas.
Isso é explicado por uma cena
excluída que mostra que, no caminho até o velho restaurante, o grupo de amigos
parou numa loja de conveniência para comprar um mapa de Astoria (a cidade onde
se passa o filme). Lá, eles são abordados pelo vilão Troy, que dá uns sopapos
nos meninos, pega o mapa e coloca fogo nele. Troy é colocado para correr pelo
irmão de Mikey, Brand, que logo chega no local. Com isso, Mikey rapidamente
recupera o mapa e apaga o fogo, mas o mapa fica chamuscado. É uma boa cena, que
acrescenta conteúdo à história, mas sua exclusão do corte final do filme também
é compreensível. No geral, a cena acabou ficando um pouco longa e aborrecida, e
provavelmente o filme perderia em ritmo se ela fosse mantida.
Enfim, quem disse que o genial
Dick Donner também não comete uns erros de continuidade aqui e ali?
Para além desses pequenos
detalhes, este Blu-Ray só ajuda ainda mais a compreender por que Goonies se
tornou um clássico e um filme cult. É um daqueles filmes que a gente precisa
rever, de quando em quando, para manter o coração jovem e satisfazer a criança que vive dentro de nós, cotidianamente sufocada pelo ceticismo
pragmático e acomodado dessa coisa aborrecida e cinzenta que se convencionou chamar
de "mundo adulto".
Nenhum comentário:
Postar um comentário