segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Tweets da semana do CAVEIRA - Best of (21 a 27 de fevereiro/2011)

 - "Sometimes I feelin' my soul is as restless as the wind" (The Ramones). "Born to Die in Berlin" dos Ramones já é oficialmente a minha trilha sonora pessoal deste começo de 2011;

- Comprei "On Writing" do Stephen King, usado, por R$ 18,00. Até onde sei, sabe Deus por que, até hoje o livro não saiu aqui no Brasil;

- A melancolia dessa reportagem é um símbolo de tudo o que é fútil, elitista, retrógrado e ignorante no nosso país: http://tinyurl.com/4asopw9;

- "Então morra!", diz prefeito de Manaus à moradora carente. O cara acha que é quem, Gowser o Destruidor?!? http://tinyurl.com/4foevtf;

- Da série "Links que não podem ser esquecidos jamais": o lendário filme pornô da Xuxa! http://webmais.com/xuxa-amor-estranho-amor/;

- Parece que o ditador da Líbia vai mesmo parar no Kadafalso;

- 73% dos jornalistas na Argentina são favoráveis a uma lei de mídia, isso que tanto se demoniza aqui no Brasil: http://tinyurl.com/4qby7g3;

- Jose Serra, o refugo que nem os tucanos aguentam mais, reverbera o discurso burrão estilo Veja/CQC/Falha de SP: http://tinyurl.com/6x3fwpj. E, sendo tão burro quanto careca e cara-de-pau, o rejeitado-mór do tucanato paulista ainda cai em contradição: http://tinyurl.com/5vsodn8

- Descobri um som legal hoje: "Daddy Cool", uma antiga banda de rock australiana;

- "Bruna Surfistinha diz que engoliu coisas piores que o orgulho". Não faço a menor ideia de que porra ela está falando, e vocês?

- Site que não abre é flor que não desabrocha. #Filosofrias

- Demorou, mas Charlie Sheen conseguiu enterrar de vez Two and a Half Men. Foi bom enquanto durou, de qualquer forma.

- Ficar uma hora assistindo videozinhos de longplay de games de NES, Amiga e ZX Spectrum no Youtube não é normal, né? Eu já desconfiava ...

- Puta satisfação de ver que o Iron Maiden está tocando nessa tour a faixa "The Talisman" do novo álbum, a minha favorita do disco!

- Hipocrisia é um troço filho da puta. EUA e Europa, que estavam todos reticentes com a queda de Mubarak, agora querem Kadafi fora pra já. E, mutatis mutantis, parte da esquerda - que queria a cabeça de Mubarak - agora fica em cima do muro em relação a Kadafi. Ou seja, o pessoal se preocupa mesmo é com suas agendas podres, e não com liberdade e democracia universais enquanto princípio. Da minha parte, quis a queda de Mubarak, torço pela queda de Kadafi e torço imensamente para que a revolução chegue na Arábia Saudita;

- Perdemos um grande escritor e um verdadeiro patrimônio cultural do RS. Adoro o seu "O Exército de Um Homem Só". Valeu, Scliar!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Best of da semana - Tweeter do Caveira (14/02 a 20/02)

* Iron Maiden ganha o seu primeiro Grammy: http://whiplash.net/materias/news_854/124418-ironmaiden.html

* Hoje finalmente concluí minha coleção da revista Cripta do Terror, publicada aqui no Brasil no começo dos anos 90 pela editora Record.

* Acabo de colocar no lixo um pacote de farinha de mandioca que estava vencida na geladeira há UM ANO E MEIO! Shish!

* Ele pode estar gorducho, mas o fato é que o William Shatner está INCRIVELMENTE BEM para um homem de 80 anos!

* Eu gosto de Tygers of Pan Tang. Prontofalei.

* Quem poderia imaginar que a carreira do Ronaldo Fenômeno terminaria antes do que a do William Shatner?

* Computador com internet, impressora e scanner: a senzala do século XXI.

* Curiosidade: uma música que o Steven Seagal (!) escreveu para o filme The Glimmer Man, gravada por ... Jeff Healey! http://tiny.cc/a121k

* Pouca gente sabe, mas o primeiro filme de James Cameron não foi o clássico The Terminator, mas sim Piranha II, um trash abominável!

* Que orgulho, acho que consertei meu Dreamcast sozinho, seguindo esse tutorial: http://tiny.cc/hu5b2 Quero meu diploma de engenheiro-mirim!

* Com dez anos de atraso, vi Donnie Darko e ... não entendi nada. Vou ter que revê-lo no médio prazo, não tem jeito.

* Agora que estou beirando os 30, percebo que meu sistema digestivo não tolera mais o excesso de tempero e conservantes dos Elma Chips.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Álbuns recomendados: STRATOVARIUS - ELYSIUM (2011)

 
Quem já era fã de heavy metal na segunda metade dos anos 90 vai lembrar que o Stratovarius despontou como uma das bandas mais elogiadas da época, principalmente em virtude do grande sucesso do excepcional álbum Visions, de 1997. Naquele final de década, o Stratovarius - apesar de ser uma banda que já estava na estrada desde 1984 - se firmou como uma espécie de Helloween dos anos 90, e colecionava sucessos e elogios numa época em que bandas como Judas Priest, Iron Maiden e o próprio Helloween passavam por fases bastante criticadas e controversas.

No entanto, a primeira década dos anos 2000 não foi muito boa para o grupo. Depois dos ótimos álbuns Destiny (1998) e Infinite (2000), a banda lançou os pretensiosos álbuns Elements, Pt. 1 e Elements Pt.2 separadamente em 2003. São dois discos mais progressivos e sinfônicos - particularmente, considero ambos um pé no saco. A meu ver, ali estava o começo do fim do Stratovarius como o conhecíamos até então. Ato contínuo, no mesmo ano a banda se desfez. Os próximos dois anos foram o fundo do poço do Stratovarius, com o grupo protagonizando fiascos e bizarrices variadas, como a internação do líder da banda, Timo Tolkki, por doenças mentais e o vexaminoso anúncio de uma nova vocalista, uma garota chamada "Miss K" (que não gravou nada, não fez nenhum show e da qual nunca mais se ouviu falar novamente). Era tudo muito triste e chocante. Ao que tudo indicava, o Stratovarius era coisa do passado.

Em 2005, a banda surpreendentemente anuncia uma reunião com a formação tradicional (embora o baixista Jari Kainulainen fosse poucos meses depois substituído por Lauri Porra - sim, é esse mesmo o nome do sujeito). O resultado disso foi o bom álbum Stratovarius (2005), que não chegava a ser surpreendente na comparação com o histórico da banda, mas pelo menos sinalizava que o grupo havia reencontrado o rumo. Cheguei a ver os caras ao vivo na tour desse álbum, e eles estavam realmente em boa forma.

Mas, em 2008, o Stratovarius anuncia uma nova separação. A surpresa, dessa vez, foi que o criador e principal compositor da banda, Timo Tolkki, foi quem pulou fora do barco. O anúncio de que o Stratovarius iria seguir adiante sem Tolkki soou como uma espécie de heresia para os fãs, pois era uma situação difícil de imaginar. Foi mais ou menos como se anunciassem que o Iron Maiden iria continuar depois de Steve Harris sair da banda, por exemplo. No entanto, em 2009 o grupo lançou o álbum Polaris, que surpreendeu pela qualidade. E, dois anos depois, a banda já lança mais um novo álbum - Elysium - que vem sendo recebido por grande parte da crítica e do público como o melhor álbum da banda desde Infinite, de 2000.

Uma audição de Elysium revela que o entusiasmo se justifica. Há alguns anos atrás, seria difícil de acreditar que um Stratovarius sem Timo Tolkki pudesse produzir um disco com composições tão fortes e interessantes. Ao longo de suas 9 faixas e mais de 55 minutos de duração, Elysium não deixa a peteca cair em nenhum momento, e apresenta a banda inteira em excelente forma, com inevitável destaque para os vocais magníficos de Timo Kotipelto, que sempre foram um dos destaques absolutos do Stratovarius. Como se sabe, o subgênero de metal que a banda executa - o "power metal" - é um estilo tremendamente hermético, no qual é muito fácil cair na mesmice, no aborrecimento, na repetição pura e simples e na previsibilidade tediosa. Em Elysium, no entanto, o Stratovarius consegue ser ao mesmo tempo criativo, agradável, acessível e tecnicamente surpreendente. Ao mesmo tempo em que o álbum não chega ao nível dos antigos Visions ou Destiny, ele faz jus àquela sonoridade superior que ajudou a banda a se distinguir dos inúmeros outros nomes do gênero.

Todas as nove faixas são muito boas, mas se fosse para fazer algum destaque, seria difícil não mencionar a audaciosa faixa final, "Elysium", com seus 18 minutos de duração, a empolgante "Infernal Maze" (um dos muito momentos do álbum nos quais o guitarrista Matias Kupiainen mostra que tem talento suficiente para substituir Tolkki sem maiores prejuízos) e a faixa de abertura "Darkest Hour", que já impressiona na primeira audição.

Quem é fã do Stratovarius do final dos anos 90 pode ouvir Elysium sem medo: a saída de Timo Tolkki não apenas não arruinou o grupo como, ainda, fez a banda se reciclar, se renovar e apresentar um trabalho que é muito melhor do que os últimos três álbuns do qual Tolkki participou. Quem não conhece muito da discografia da banda mas gosta do gênero "metal melódico/power metal" também irá certamente curtir muito esse novo disco dos finlandeses. Recomendo!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Tweets da semana do CAVEIRA - Best of

* Se LOST fosse exibido na Sessão da Tarde: "Uma turminha numa enrascada, curtindo altas aventuras numa ilha pra lá de misteriosa!"

* Hoje em dia, quem não é blogueiro, vlogueiro ou DJ só pode ser terrorista islâmico.

* Aqui no RS não tem meio-termo. Ou é o calor desértico que torna a vida impossível, ou a chuvarada desenfreada que inunda as cidades.

* Meldels, eu quero MUITO um desses: http://info.abril.com.br/noticias/blogs/gadgets/desktops/commodore-64-vira-nettop-retro/

* A Warner passa de propósito essas reprises de Big Bang Theory nas madrugadas só para eu não ir dormir ...

* Não existe fórmula de humor mais universal e funcional do que ver gente se fodendo das mais diversas formas.

* "Miley Cyrus diz que fumar cachimbo alucinógeno foi um erro". Hahahaha, JURA, flor?

* Finalmente comprei A Dança da Morte do Stephen King. É um dos melhores livros do cara e eu ainda não tinha. Quero ver tirar tempo para ler!

* Outra coisa útil que fiz foi trocar minha velha pen-drive de 2 GB por uma nova de 16 GB.

* Parabéns para o Direito da UNISINOS: das universidades privadas do Brasil, só ela e a PUC-RJ tiveram nota máxima no Guia do Estudante 2011!

* Jogando no meu notebook "Indigo Prophecy" (também conhecido como "Fahrenheit"), de 2005. Pra mim, é um dos melhores games da década!

* Eu adorava essa vinhetinha nonsense da MTV: http://il.youtube.com/watch?v=cyY05J1qH-M

* Vaca-Láctica X Homem Pasto. Essa é um "crássico"! http://il.youtube.com/watch?v=KOU-oohGnP0

* 16 anos depois do lançamento, finalmente comprei o alardeado game UNDER A KILLING MOON. Assim que sobrar um tempo, vou experimentá-lo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

TOP 5 - LANÇAMENTOS MAIS AGUARDADOS DE 2011

 
1 - DUKE NUKEM FOREVER

A gurizada mais nova pode até não acreditar, mas a verdade é que já se ouve falar no game Duke Nukem Forever há uns DOZE ANOS (no mínimo - pelo menos desde 1999 ou 2000). A aguardada continuação do clássico Duke Nukem 3D (1996) foi adiada e cancelada tantas vezes que por muito tempo já se acreditava que o jogo simplesmente jamais veria a luz do dia. Mas agora nós temos vídeos e imagens do jogo já quase finalizado e uma data de lançamento: 03 de maio de 2011. Será que FINALMENTE esta já lendária continuação será lançada desta vez? Será que o jogo estará à altura das expectativas e terá qualidade suficiente para justificar a espera absurdamente longa? Uma coisa é certa: Duke Nukem Forever é o "Chinese Democracy" dos videogames, e só o fato de o lançamento desta vez estar confirmado já é motivo para empolgação.


2 - SCREAM 4

Vi o filme "Scream" ("Pânico", aqui no Brasil) pela primeira vez na adolescência, em algum ponto entre 1996 e 1997. Imediatamente me tornei um fã de carteirinha. Se você não foi fã de filmes de terror nos anos 90, não tem noção sobre como Scream foi importante para a revitalização do gênero em Hollywood. Na primeira metade dos anos 90, o cinema americano de terror estava praticamente morto e enterrado, em grande parte vítima dos excessos da década anterior (as continuações intermináveis, a popularização do gênero "terrir", etc). Scream surgiu do nada e chutou todo mundo direto nas bolas, reapresentando a genialidade do diretor Wes Craven para o mundo (o cara é o criador do célebre Freddy Kruger) e ressuscitando, de uma tacada só, o cinema de horror hollywoodiano. As continuações Scream 2 (1997) e Scream 3 (2000) não fizeram feio, mas nenhuma delas chegou perto da originalidade, importância e influência do filme original. E no próximo dia 15 de abril de 2011, seremos apresentados ao quarto filme da série, uma surpresa com a qual eu já não contava mais depois de passada mais de uma década desde o último filme. Scream 4 fará pelo cinema de horror contemporâneo o que o primeiro filme fez pela indústria há quinze anos atrás? Conseguirá criar uma história e atmosfera à altura do original? Quem viver, verá!
 


3 - NINTENDO 3DS E O PSP 2 DA SONY

O Nintendo 3DS sai em 27 de março nos EUA e o PSP 2 (esse nome ainda não foi confirmado) sai no Natal de 2011. É sempre emocionante - para um nerd de carteirinha como o Caveira que vos fala - testemunhar o nascimento de uma nova geração de consoles de videogame. Os dois portáteis que serão lançados este ano prometem grandes inovações: gráficos de Playstation-3 (PSP 2) e imagens tridimensionais sem uso de óculos especiais (3DS). O melhor de tudo é que a minha longa experiência de (velho) observador da indústria de videogames me leva a crer que esses portáteis são o prenúncio de uma nova geração de consoles "grandes", que provavelmente aparecerão diante de nossos olhos no ano que vem. É, fãs de joysticks: a saga do velho Atari continua com novos e empolgantes capítulos! E haja tempo (e dinheiro!) para comprar e jogar tudo o que deve aparecer de legal no mundo dos games no próximo ano ...
 

 
4 - NOVO ÁLBUM DO ROXETTE

Dez anos depois de "Room Service", o último álbum de faixas inéditas lançado pelo duo, eu (e provavelmente todo o resto do mundo) já estava conformado com o fato de que nunca mais ouviríamos um novo álbum do Roxette. Graças ao bom Deus Oitentista, eu estava errado. Faltam apenas quatro dias para o lançamento mundial de "Charm School", novo álbum do Roxette, que irá conter 12 músicas novas. Previews do novo disco estão sendo muito positivos, e eu já estou BABANDO de ansiedade para conferir este novo trabalho de um dos melhores nomes do pop rock dos anos 80 (e uma das minhas bandas favoritas). Para melhorar, a dupla ainda faz show no Brasil este ano (incluindo Porto Alegre). Iába-dába-dú!!
 
 
 
5 - O TABLET QUE JUSTIFIQUE SUA COMPRA

O Ipad da Apple foi lançado em 2010 e se tornou febre entre os fissurados pela marca (que são fanáticos religiosos dos mais perigosos) e entre os fetichistas de tecnologia que gostam mais de aparecer usando um troço recém-lançado do que aguardar para comprar algo que presta. A empolgação em torno dos tablets está lançada, mas é o ano de 2011 que determinará se os tablets serão uma mania passageira, um nicho limitado ou uma verdadeira nova necessidade de consumo. Novos tablets serão lançados este ano, inclusive pela própria Apple, que aparentemente já admitiu que o Ipad é bem mais limitado do que poderia ser e já está correndo para tornar obsoleto o seu próprio produto "revolucionário". Será que o novo Ipad se tornará a nova coisa que todo mundo terá em casa, ou será que o líder do mercado de tablets será alguma outra empresa que apresentará um produto melhor? Ou será que em 2013 ou 2014 ninguém mais sequer lembrará do que era um "tablet"? Só nos resta ficar de olho ... e já ir economizando uns trocos para comprar um, quando (e se) o produto se tornar um utilitário realmente digno de compra.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

FAST FOOD


O atendente da lanchonete alcança a bandeja para o cliente e aproveita para dar uma olhada rápida na criatura. Alto, rosto redondo, visivelmente uns trinta quilos acima do peso, talvez mais. Um gordo. Gordo com pedigree.

- O senhor gostaria de batatas fritas para acompanhar?

- Ah, sim, vou querer fritas.

- Qual seria o tamanho da ...

- Porção grande.

- Correto, senhor. E gostaria de provar alguma de nossas sobremesas?

- Sim, vou querer o mousse de chocolate.

- Qual seria o t...

- Grande.

- Certo, senhor, e gostaria de seu hamburguer no formato Long-Dong-King-Size por apenas mais 99 centavos?

- Sim, o tamanho maior.

- E gostaria do acréscimo do nosso molho especial remolado sabor barbecue por apenas mais 50 centavos?

- Sim, pode botar.

Subitamente, o caixa fica imóvel por um momento, olhando em silêncio para o freguês. Então prossegue:

- Bem, e o que o senhor acha de uma porção extra de maionese?

- Claro, claro.

- E o que o senhor acha de eu ir lá dentro, abrir a caixa de gordura da cozinha e despejar quatro litros de banha pura em cima do seu hamburguer?

- Hmmm, parece ótimo!

- E se eu pegar todo o estoque de queijo da cozinha, derreter tudo e atirar por cima do seu lanche?

- Aham, sim, faça isso.

- E que tal se eu esfregasse o seu sanduíche nas costas suadas de um porco de fazenda?!? Ou melhor, o que o senhor acha de eu simplesmente colocar tudo o que há ali na cozinha dentro de um liquidificador, bater bem e despejar num balde para você comer?

- Pode ser, sim.

- Ah, claro, é claro que pode! Você se odeia, não é mesmo? Está tentando se matar e é covarde demais para recorrer a um revólver. Quer morrer e não sabe como, e então optou pela velha estratégia do infarto voluntário e planejado. Vem cá, cidadão, me diz uma coisa: por que você odeia o seu corpo? O que o coitado do seu coração fez para você estar envenenando-o deliberadamente com essa quantidade industrial de gordura saturada? Você é suicida, louco ou as duas coisas?!?

Depois desse breve desabafo, o atendente ficou parado por alguns segundos, perdido em seus próprios pensamentos.

- Ahn, com licença! - exclamou o freguês gordo.

- Ah, sim, pois não, eu estava distraído, me desculpe. Qual foi a última coisa que eu disse?

- Você me perguntou do molho barbecue, e eu vou querer.

- Claro, claro que sim, como não. E para beber, meu senhor?

- Pode ser uma Coca ...

- Certo.

- Coca LIGHT, por favor.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

AS AVENTURAS DE DJÔNI RÓTEN - Parte I



Seu nome é Djôni Róten Santos da Silva, e a culpa disso é do seu pai, do álcool e do punk rock, não necessariamente nessa mesma ordem. A mãe dele não teve nada a ver com isso. Ela não gostou, a princípio. Mas, na época em que o nome foi escolhido, ela estava gorda e grávida demais para se preocupar com esses detalhes.

Djôni é adolescente e é noite de sexta-feira, o que significa que ele ambiciona se divertir. Para seu azar, isso não deve acontecer. O fato de ter apenas dez reais no bolso é o menor de seus problemas. Por inverossímil que pareça, Djôni tem mais dinheiro do que opções para gastá-lo. O garoto mora numa cidade com menos de seis mil habitantes, uma cidade menor do que alguns shoppings da capital, uma cidade na qual é difícil até fazer uma refeição fora de casa depois que o Jornal Nacional termina - imagine então para encontrar uma opção de "vida noturna".

Djôni recorre ao Twitter para saber o que os amigos estão fazendo. Pablo está passando o mês na praia com os pais (e com a irmã mais velha, a mais gostosa de todas as irmãs gostosas do mundo). João (alcunhas "Bola", "João Gordo", "Porcão"), o gordo da turma, estava num churrasco em outra cidade. "Que saco, o Bola sempre tem um churrasco", reclamou Djôni para seus botões. Rômulo estava tocando com a sua banda horrível num bar podrérrimo a trinta quilômetros dali.

A conclusão era inevitável: com toda a Trupe Maldita indisponível, a noite seria um tédio. Internet, ouvir um pouco de música, terminar de ler a última revista do Homem-Aranha, entornar um copão de Nescau na cozinha (sem a mãe ver, de preferência) e ir dormir. "Uau", pensou Djôni, "como é bom ter dezesseis anos!".

Os pensamentos de Djôni são interrompidos pelo toque irritante de seu celular. Um celular velho e barato, pois os pais de Djôni achavam que ele não precisava ter um smartphone - e sem dúvida estavam certos quanto a isso. Ao olhar para a tela do aparelho, Djôni se vê surpreso ao ler a palavra "Porcão" piscando nela.

- Alô, Porcão?

- Fala, DJ!

Djôni odeia ser chamado de "DJ". Não dá para condená-lo por isso. Qualquer coisa associada à música eletrônica é uma ofensa mortal para um metaleiro, e Djôni é um metaleiro "true" - o que basicamente significa que ele só gosta de Iron Maiden.

- Achei que você estava num churrasco.

- Saí de lá há quarenta e cinco minutos. Você não checa há quanto tempo uma mensagem foi postada quando lê ela no Twitter, cabeção?

- Pior.

- O quê é "pior" do que o quê?

- Pior, pô. Forma de se expressar. "Pior que é", "pior que é verdade" ...

- Ah, tá, entendi. Vem cá, vai fazer alguma coisa hoje de noite?

- Acho que não, todo mundo está na praia ou enchendo o rabo de carne em churrascos.

- Nem me fala, comi feito um porco.

- Não te chamam assim por nada, né?

- Pelo menos eu não sou Díd-Jêi de festa Guêi!

- Dã, que engraçado.

- Hilário, na verdade. Mas afinal, quer sair hoje ou não, animal?

- Sair pra onde?

- Podíamos ir no show da banda do Rômulo.

- Bah, me desculpe, mas a "Reciclators" é a pior banda do mundo.

- Rárá, são ruins demais, e o Rômulo é o pior de todos. Mas eu quero ir. Acho que vão atirar garrafas de cerveja neles. Se ninguém tomar a iniciativa, eu atiro a primeira.

- Quanto é pra entrar nessa bosta desse lugar onde eles vão tocar?

- A consumação é cinco pilas e não pedem identidade.

- Bom, vamos ir, é melhor do que nada.

- Passo aí pra te pegar em dez minutos.

O Bola se despede e desliga. Ele é um pouco mais velho do que Djôni, mas ainda não fez dezoito anos. Mesmo assim, o pai dele costuma liberar o carro de noite, nos fins de semana. O fato de dirigir consolidou o Bola como uma presença obrigatória em todos os planos do grupo, incluindo aquelas coisas para as quais ele não costumava ser convidado, como se reunir na casa de alguém para rachar uma pizza, por exemplo.

Djôni se prepara para sair. Calça jeans, camiseta do Iron Maiden, celular, os dez reais, carteira de identidade (melhor prevenir do que se estrepar, ele pensa), desodorante, um punhado de gel no cabelo e, três minutos e meio depois, ele está pronto para esperar pelo Bola na frente de casa.

Quando o Bola chega, Djôni já começa a reclamar.

- Droga, começou a chover.

- Percebi, não sou cego.

- Mas é retardado. Caso contrário, não estaria pegando a estrada para ir ver a Reciclators tocar em outra cidade.

- O que mais nos resta? Já comi o suficiente por hoje, e ir beber no cemitério já cansou.

- Tá louco, ainda mais com essa chuva.

- Sem falar que não tem mulher no cemitério.

- Até tem, mas estão todas mortas. E isso não é argumento, porque lá no show do Rômulo não vai ter mulher também.

- Vai ter uma, pelo menos. A Kátia.

- Quem é essa?

- A Kátia, a baixista.

- Eles arranjaram um baixista?

- Não, imbecil, eles arranjaram um tocador de piano e um violinista. Claro que arranjaram um baixista, animal! Onde é que já se viu banda de rock sem baixista?

- Os Rolling Stones não tem baixista.

- Claro que tem. No estúdio tem e ao vivo tem, só não tem um único baixista como membro efetivo da banda. Meu Deus, DJ, como tu é burro!

- Cuida pra não bater esse carro.

- Essa chuvinha de merda não é nada pra mim. Tenho experiência em dirigir com mau tempo.

- Certo, como naquela vez em que tu deu uma ré e caiu com o carro na vala, né?

- O mecânico falou que foi um problema no freio de mão.

- Ele disse isso só pro teu pai não te matar ali mesmo.

- É possível.

Vinte e cinco minutos depois, Djôni e Porcão estacionam na frente de um bar. As ruas estão desertas e chove aos cântaros.

- "Alley"? Nunca ouvi falar - diz Djôni.

- É porque o lugar é uma bosta mesmo - responde Porcão.

- Voto de ficarmos no carro ouvindo música.

- Não rola. O som está estragado. Ah, e tem mais uma coisa ...

- O que?

- Eu preciso peidar.

- Tá certo, me convenceu, vamos descer.


Memórias do Brasil da época "cachorro sarnento"




Como já faz oito anos que FHC deixou o poder, já tem muita gente que não sabe ou não lembra (ou finge que não lembra) o imenso fracasso que foi o segundo mandato do presidente tucano. De como ele entregou o país em petição de miséria, de como o Brasil parecia a destinado a ser a latrina do mundo, de como a economia e a política do nosso país eram motivo de desdém e chacota no cenário internacional, de como os brasileiros se sentiam verdadeiros amaldiçoados por terem nascido nessa terra, de como era popularizada a ideia de que fugir para os EUA só com a roupa do corpo era uma promessa de futuro melhor do que permanecer por estas bandas, etc.

Para esse pessoal mais jovem (ou que sofre de amnésia), o vídeo acima é uma boa maneira de relembrar o quanto FHC era um governante pequeno, submisso e desorientado, e de como ele contribuiu sobremaneira para a manutenção daquela "cultura do apequenamento" que era moeda comum no Brasil e que, felizmente, vem desaparecendo a passos largos na última meia década.

"Best of" da semana do Twitter do Caveira:

* Vejam só o que a falta de Iron Maiden e Metallica na adolescência pode fazer com uma pessoa: http://bit.ly/dNDlk9


* Meu cover predileto de "Splash Wave" do Out Run no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=JINHraQa47U  (esse outro aqui também ficou de arrepiar: http://www.youtube.com/watch?v=WF7I5GmN9C4&feature=related)


* Finalmente o novo vídeo do Angry Videogame Nerd: STAR WARS! Muito bom, recomendo! http://www.cinemassacre.com/2011/02/03/avgn-star-wars/


* Morreu a Maria Schneider, atriz do Último Tango em Paris. Aquela que o Marlon Brando comeu o cu com manteiga, lembrou agora? Mas, pra mim, o pior do filme não foi a cena do estupro anal, mas sim o Brando dizendo que iria preparar um "cu de rato com maionese" pra garota.


* O melhor jornal do Rio Grande do Sul. E do mundo, é claro. http://www.obairrista.com/


* Acabo de ver The Cannonball Run, de 1981. Foi o 6º filme mais rentável daquele ano, e hoje ninguém mais sabe que ele existe. Pena, é legal!


* A Fox News, fiel à sua tradição intelectual, conseguiu colocar o Egito no continente errado: http://yfrog.com/hs6iwuj Sabem muito!


* O crescimento da atividade industrial no país em 2010 foi o maior registrado desde 1986, mas olha como o Estadão noticia o fato: http://tinyurl.com/6gcc4pt. Em SP, os jornalões estão mais preocupados em servir de agências de publicidade para o governo estadual do que com a verdade dos fatos.Se bem que a Falha de SP e o Estadão já deveriam ser vendidos com uma tarja informando dos riscos à saúde, que nem ocorre com cigarros.


* Soninha, que foi "coordenadora da campanha virtual" de José Serra nas eleições presidenciais, vai chefiar autarquia de ARTESANATO! Hahaha, e ainda tem VJ da MTV que acha que não existe nada pior do que a geladeira da Band, o "cemitério dos VJs". O exemplo da Soninha mostra o contrário. O melhor comentário que li sobre isso foi de um leitor no site da Folha: "Puxou tanto o saco da tukanada agora é se contentar com carguinho de Chefe dos Bicho-grilos...tomou?"


* É, meu filho, janeiro JÁ acabou. Você ainda acha que vai conseguir fazer "muita coisa" em 2011?

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ampliando a minha coleção de MADs


Hoje recebi pelo correio mais duas MADs para a minha coleção. Uma é o número 12, de julho de 1985, cuja capa faz uma sátira com o clássico Space Invaders, um game que "bombava" ainda naquela época. A outra é o número 59, de dezembro de 1989, que tirava um sarro com a Xuxa e com a Angélica.


Eu me tornei fã da MAD aos sete anos de idade, em junho de 1989, quando meu pai me comprou o nº 54 da revista (que tinha o Faustão na capa). Imediatamente eu me apaixonei pelo humor insano, pelas tirinhas mudas do Aragonés, pela estripulias homicidas do Spy vs Spy, pela Dobradinha MAD, pelas Respostas Cretinas Para Perguntas Imbecis, pela gags malucas do Don Martin e, enfim, por todo aquele humor bizarro e único que só a MAD tinha. 


Pelos próximos três anos, eu passei a acompanhar a revista religiosamente, aguardando todos os meses com impaciência e ansiedade até que a edição seguinte da revista aparecesse nas bancas. Entre 1992 e 1993, no entanto, comecei a achar que a revista já não tinha mais a mesma qualidade, e aos poucos fui deixando-a de lado. É por isso que essas edições dos anos 80 até 1991/1992 representam a minha fase favorita da revista.


A história da MAD aqui no Brasil é longa, mas um tanto turbulenta. A revista foi originalmente lançada no país em julho de 1974, pela finada Editora Vecchi. Essa clássica época, a "primeira edição" da MAD brasileira, durou até janeiro de 1983. Em julho de 1984, a MAD nacional "renasceu" na Editora Record. Essa "segunda edição" da revista foi a mais duradoura de todas, e se manteve firme no mercado até agosto de 2000. A primeira década dessa "fase Record" da MAD brasileira representa a fase que conheci quando criança e, por tabela, a minha favorita até hoje. Minha coleção pessoal já conta com a maior parte das revistas dessa época, mas ainda faltam umas e outras.

A terceira edição da MAD, dessa vez pela Editora Mythos, foi de dezembro de 2000 até dezembro de 2006. Atualmente (desde março de 2008), a revista está em sua quarta edição, pela Editora Panini. Mas, sinceramente, essas séries da Mythos e Panini já não me despertam mais qualquer interesse. Eu já achava que a MAD estava decadente na metade dos anos 90, e a coisa certamente não melhorou. 

Não me entendam mal, não é culpa do pessoal responsável pela revista aqui no Brasil. O problema é que, embora sempre tenham existido vários talentos nacionais na MAD brasileira (Ota, Flávio, Vilmar, só pra citar alguns dos meus prediletos que lembro de cabeça), o "filé" do material vinha de fora - eram as pérolas criadas por Al Jaffee, Aragonés, Antonio Prohías, Don Martin, Duck Edwig, Dave Berg, etc. Essa turma era chamada pela MAD americana de "The Usual Gang of Idiots" (Os Mesmos Idiotas de Sempre), e era um grupo incrível de talentos inimitáveis. 


Simplesmente não há como reproduzir a genialidade daquela época. O genial e insubstituível Don Martin, conhecido como "O Mais Louco do Mad", morreu em 2000. Al Jaffee está com 89 anos. Prohías (criador da célebre tira Spy vs Spy) morreu em 1998 - e eu sempre achei que a tirinha, depois que passou a ser desenhada por Peter Kuper, perdeu completamente sua atmosfera e graça. Dave Berg (célebre pela sessão "O Lado Irônico" da revista) morreu em 2002. Duck Edwig está com 76 anos. Da velha guarda "clássica" da MAD americana, só quem está firme e forte na ativa ainda é Aragonés, hoje com 73 anos. 

 

Enfim, é uma perda de tempo tentar resgatar a sensibilidade humorística única que a MAD tinha nos idos dos anos 70 e 80. O negócio é correr atrás do material antigo, que é vasto e simplesmente imperdível. Eu ainda tenho poucos números da Editora Vecchi, mas pretendo "correr atrás do prejuízo" nos próximos anos e assegurar a integridade da minha coleção.