sábado, 30 de janeiro de 2010

METALLICA - RESENHA DO SHOW DE PORTO ALEGRE!


 

Levou quase 11 anos para que a maior banda de heavy metal do planeta voltasse a tocar na capital gaúcha, mas a espera valeu. O Metallica fez um show histórico, trazendo toda a sua produção de palco, telões e fogos de artifício, coroando tudo isso com um setlist capaz de infartar qualquer fã de longa data da banda. O resultado foi um show ainda mais incrível do que o de 1999 (que, aliás, foi sensacional, ao contrário do que alguns desinformados andam comentando por aí, inclusive na suposta mídia "especializada").

A entrada do Metallica no palco estava prevista para as 21h30min, e a banda entrou com míseros quinze minutos de atraso. Antes disso, a já tradicionalíssima abertura com os telões exibindo cenas do filme de faroeste The Good, the Bad, The Ugly ao som de Enio Morricone (a banda costuma abrir shows desse jeito há quase vinte anos).

E na sequência entra o Metallica já emendando de cara a velha e clássica Creeping Death. Essa abertura de show foi uma das mais infartantes que se pode imaginar, pois foi seguida de For Whom the Bell Tolls e Ride the Lightning. Sim, nada menos do que três clássicos do álbum Ride the Lighting de 1984, tocados um atrás do outro já de cara. Coisa para fazer qualquer fã de thrash metal cuspir o coração pela boca!



Os fãs mais informados já sabiam que haveria uma música do álbum Reload (1997) no repertório. A dúvida era se seria Fuel ou The Memory Remains. Para Porto Alegre, o Metallica reservou a segunda. Da mesma forma como ocorreu no show de 1999, foi uma grande satisfação para mim ver quase trinta mil pessoas cantando a plenos pulmões essa que foi uma música extremamente criticada da banda na época, saída da fase heavy-rock mais radiofônica que o grupo adotou na segunda metade dos anos 90 (e que até hoje é frequentemente pichada por fãs mais radicais, apesar do imenso sucesso de crítica, público e vendas dos álbuns Load e Reload).

Fiquei surpreso quando a banda começou as primeiras notas de Fade to Black. Com essa, a banda tocou nada menos do que quatro músicas do Ride the Lightning ao longo do show, o que representa nada menos do que metade do álbum! Meu Deus, que começo de show matador!

Após essas cinco primeiras músicas, a banda apresentou um bloco de faixas do mais recente álbum, Death Magnetic (2008). That Was Just Your Life e The End of the Line foram muito bem recebidas, mas aparentemente a que mais agradou a multidão de fãs foi The Day That Never Comes, o primeiro single do álbum.

Depois dessa trinca de músicas novas, Hetfield faz a clássica pergunta "Do you want Heavy? Metallica gives you Heavy, baby!", e quem já viu o DVD Cunning Stunts sabe que se trata da deixa para o hit Sad But True, do folclórico "álbum preto". A execução dessa faixa não deixou dúvidas de que, apesar da imensa quantidade de fãs da banda ali presentes, a maioria é entusiasta mesmo do black album, de longe o disco mais bem sucedido comercialmente do Metallica até hoje.

Hetfield pergunta para a platéia se o pessoal têm o novo álbum Death Magnetic, se gostaram dele e qual outra música gostariam de ouvir desse disco. De cara, eu berrei "My Apocalypse!!!", mas já sabendo que essa faixa não está rolando nos shows da atual turnê. A executada foi a empolgante Cyanide, um dos sons de mais fácil assimilação do novo álbum, e que funciona muito bem ao vivo.


Apesar da empolgação com as músicas novas, o melhor estava reservado para a parte final do show. Uma série de explosões, chamas e barulhos de guerra ao fundo anunciavam a clássica One, do álbum And Justice for All (1988), faixa que gerou o primeiro videoclipe da história da banda e representou seu primeiro hit nas rádios. E em seguida, veio Master of Puppets e Battery. Juro: nem sei como sobrevivi para escrever essas linhas! Eu já estava dolorido e cansado de berrar a essas alturas, mas durante Master of Puppets pulei e urrei a letra inteira como se não houvesse amanhã. Os caras do Metallica realmente pareciam determinados a matar os fãs do coração.

Apesar disso, os fãs cujo conhecimento da discografia da banda é mais restrita ao black album não ficaram na mão: o setlist básico do show terminou com a dobradinha Nothing Else Matters e Enter Sandman, deixando todo mundo feliz como pinto no lixo. Até os fãs mais comedidos e menos headbangers pularam, berraram e se sacodiram com essa última.

Foi engraçado, ao final de Nothing Else Matters, ver a imagem no telão principal focada na palheta de James Hetfield. Ele lentamente exibe cada um dos lados da palheta estilizada, com o logo da banda e a imagem da capa do álbum Death Magnetic, e depois levanta o dedo do meio para a platéia, rapidamente ocultando o gesto com a outra mão. A brincadeira faz todo mundo cair na risada até que a graça vira euforia com o começo das primeiras notas de Enter Sandman.

Quem estava acompanhando os setlist dos shows anteriores da turnê sabia que o bis teria três músicas, mas ninguém sabia quais seriam. Normalmente, uma delas é um cover, e a escolhida pela banda para Porto Alegre foi Die, Die My Darling, música do The Misfits coverizada pelo Metallica no álbum duplo Garage Inc (1998). Nem todo mundo parecia familiarizado com esse som, mas eu não poderia ter ficado mais feliz (a menos, é claro, que a banda tivesse optado pelo hino Last Caress, também do Misfis).

Na sequência, uma surpresa: Phantom Lord, uma das grandes músicas do álbum de estréia do Metallica, o lendário Kill'em All (1983). Fiquei de boca aberta, pois por essa eu não esperava! NUNCA na minha vida eu poderia imaginar que veria o Metallica tocando essa música ao vivo. A única palavra na qual posso pensar é "inacreditável".

Como já era previsto, a "saideira" foi Seek and Destroy, também do Kill'em All. A música arrancou as últimas energias da platéia, que cantou e berrou tanto quanto pôde.


Perto do final do show, Hetfield repetiu uma gafe que disse anteriormente: que aquele era "o primeiro" show do Metallica em Porto Alegre, aparentemente esquecendo-se do show de 1999 no Jóquei Club. Kirk Hammet, nessa hora, fez um "dois" com os dedos, sinalizando que pelo menos ele estava ciente de que era na verdade o segundo show da banda na capital gaúcha. No final do show, Lars Ulrich brincou ao microfone: "sou só eu que acho que nós já tocamos em Porto Alegre onze anos atrás?". A cara de Hetfield demonstrava um misto de constrangimento e perplexidade. Hilário.

O show terminou com os quatro músicas enchendo um sujeito do staff da banda de tortas na cara. Hetfield apresentou ele como sendo "o Presidente do Metallica", e puxou um Parabéns Pra Você acompanhado de toda a platéia presente. Depois disso, rápidas saudações ao microfone, algumas palhetas e baquetas distribuídas aos fãs e a banda sai do palco, deixando todos os presentes com a certeza de que tinham testemunhado o que provavelmente foi o mais incrível, grandioso e bem produzido show já feito em Porto Alegre.

Agora, só nos resta esperar que a banda retorne para esses lados antes do ano 2021 ...

Confira mais fotos do show em:


SETLIST DO SHOW 

Creeping Death
For Whom The Bell Tolls
Ride The Lightning
The Memory Remains
Fade To Black
That Was Just Your Life
The End Of The Line
The Day That Never Comes
Sad But True
Cyanide
One
Master Of Puppets
Battery
Nothing Else Matters
Enter Sandman


BIS

Die, Die My Darling
Phantom Lord
Seek and Destroy


PS - tenho mais alguns comentários a fazer sobre o show, mais especificamente sobre o local escolhido (Parque Condor) e sobre a banda de abertura (Hibria). Aguardem para as próximas horas, corpos e almas!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

METALLICA - DEATH MAGNETIC (2008)



Para comemorar o show do METALLICA em Porto Alegre (hey, faltam menos de 48 horas!), aproveito para esquentar os ânimos com uma resenha de Death Magnetic, o mais recente álbum dos caras, lançado em 2008.

Quem é fã da banda há mais tempo vai lembrar que, depois do estrondoso sucesso comercial do álbum Metallica (que ficou popularmente conhecido como "The Black Album" - o Álbum Preto) em 1990, a banda enveredou por uma fase heavy rock com influências de blues e country, tendo lançado em 1996 o álbum Load, provavelmente o disco mais polêmico daquela década. Choveram acusações de que a banda tinha "se vendido", que tinham "virado as costas para o metal" e semelhantes bobagens. Os álbuns seguintes, Reload (1997), Garage Inc (1998) e o ao vivo com orquesta S&M (1999) não contribuíram muito para mudar aquele preconceito generalizado de que a banda "não era mais heavy metal".




Por conta disso, houve uma enorme expectativa em 2003, quando o álbum St.Anger estava para sair. A banda prometia um álbum pesado e destruidor, e muita gente sonhava com um retorno triunfal ao estilo thrash metal que consagrou o grupo nos anos oitenta. Mas a decepção não podia ter sido maior. Load e Reload podem não ter agradado os fãs mais radicais por conta do estilo musical, mas contavam com uma produção impecável e caprichadíssima. Já St.Anger era um desastre do começo ao fim: músicas excessivamente longas, sem inspiração, ausência completa de solos de guitarra (nem unzinho no álbum inteiro), a bateria de Lars Ulrich soando como um amontoado de latas de tinta e Hetfield se esgoelando em vocais gritados e irritantes. Umas poucas faixas se salvavam, como Frantic e The Unnamed Feeling, mas no geral o disco era sofrível e, pela primeira vez em vinte anos de carreira, sem entrar no mérito de gostos pessoais e estilos, o Metallica lançava um álbum REALMENTE fraco.




Por isso, Death Magnetic foi aguardado com grande ansiedade, pois havia uma percepção geral de que o álbum seria a redenção ou a sepultura definitiva da banda. Os shows que o Metallica vinha fazendo nos últimos anos já indicavam que a banda estava muito melhor do que se ouvia no lastimável St.Anger, e reforçavam a fé na qualidade do álbum que viria. E, em setembro de 2008, Death Magnetic chegou chutando bundas ao redor de todo o globo. O álbum foi um sucesso de crítica e público, e chocou ao mostrar um Metallica com imensa vitalidade, detonando num disco cheio de composições longas, complexas, intrincadas, agressivas e recheadas de riffs e solos de guitarra. Alguns apressados saíram dizendo que a banda havia "voltado ao thrash", embora uma audição mais atenta demonstre que boa parte do material de Death Magnetic não faz jus a tal rótulo. Ainda assim, não há dúvidas: por mais que se possa gostar de Reload, Death Magnetic é pelo menos o melhor disco de composições próprias da banda em uma década, e o mais agressivo e próximo do estilo original do som do Metallica desde And Justice For All, de 1988. Não é pouca coisa!



O disco abre com a rápida That Was Just Your Life. Fiel aos álbuns mais antigos da banda, a música começa com uns dedilhados suaves e de repente o pau começa a comer. A música remete diretamente à sonoridade e estilo do clássico disco And Justice For All, mas com a diferença de que o baixo não é horrivelmente apagado, o que é um defeito notório de And Justice for All. De cara, dá pra ver que - graças a Deus - a banda deixou de lado a sonoridade duvidosa e os arranjos excessivamente crús de St.Anger. Estão de volta os riffs elaborados, a batida thrash e os solos de guitarra excelentes.

The End of the Line começa de forma mais cadenciada, e surpreende pelas várias mudanças de ritmo, pelo andamento quebrado e pela variedade de diferentes partes instrumentais ao longo de seus quase oito minutos de duração. É aquele tipo de música que faz a gente se perguntar "putz, como é que eles não se perdem tocando isso?", ou "como é que eles não erram essas viradas de tempo?".

Broken, Beat and Scarred é a mais memorável das três primeiras músicas do álbum, e já marcou lugar garantido no setlist dos shows da atual turnê da banda. Assim como a faixa anterior, estão presentes aquelas mudanças de andamento com um pé no prog metal, mas nessa aqui a estrutura da música é mais simples e mais direta, calcada no bordão "what don't kill you make you more strong" da letra.




The Day That Never Comes é provavelmente a faixa do disco que mais se destacou nas rádios. No começo, a música lembra muito a clássica Fade to Black, do álbum Ride The Lightning de 1984. É uma audição mais fácil do que a maior parte do material de Death Magnetic, mas agrada tanto aos ouvintes casuais (pelas boas melodias) como os fãs da banda, que reconhecerão de cara o estilo das antigas baladas heavy do grupo, como Welcome Home - Sanitarium, One e a já mencionada Fade to Black. Um baita som, que começa suave e melódica e termina furiosa. São quase oito minutos de música que, literalmente, passam voando pelos ouvidos!

All Nightmare Long é outra faixa excelente, que também está rolando direto nos show da turnê de Death Magnetic. São quase oito minutos de uma condução nervosa que novamente remete aos álbuns mais antigos do Metallica.

Cyanide é um hard rock quase pegajoso e uma faixa quase curta para os padrões deste disco (tem "só" seis minutos e meio de duração). Embora diferente da sonoridade geral do álbum, é uma ótima faixa, que mostra que a banda respeita a diversidade de estilos que caracteriza sua carreira, pois essa música poderia muito bem estar no álbum Reload, por exemplo.




The Unforgiven III dá sequência às músicas The Unforgiven (do Black Album, de 1990) e The Unforgiven II (do Reload, de 1997). Sem dúvida, a música é a grande pisada de bola de Death Magnetic. Após uma introdução monótona no piano, um riffzinho dedilhado sem graça basicamente dá o tom da música inteira. É uma faixa extremamente burocrática e que não diz a que veio. Lembro que os fãs "meteram pau" em The Unforgiven II na época, por ser meio melosa demais. Mas aquela música era interessante e tinha ótimas melodias, e o resultado era mil vezes melhor do que essa. Enquanto The Unforgiven II tinha a sensibilidade de ser uma música nova que ao mesmo tempo evocava a música original, essa The Unforgiven III não tem nada em comum com as outras, em termos de instrumental. Fraquíssima.

The Judas Kiss é a música mais "Black Album" de Death Magnetic. A faixa tem aquele andamento pesado e cadenciado, que lembra BASTANTE Holier Than Thou do clássico disco preto. É um som que parece se situar num meio termo entre And Justice For All e Black Album. Muito legal.



Suicide & Redemption é a quinta música instrumental da carreira do Metallica e a primeira nos últimos vinte anos! Antes dela, a última havia sido To Live is To Die, em 1988, no And Justice For All. E, caramba, COMO essa música lembra To Live is To Die! De todas as faixas instrumentais da história da banda, nenhuma parece ter influenciado tanto essa aqui quanto a boa e velha To Live! É incrível como a banda reproduziu aquele mesmo clima, atmosfera e sentimento com essa nova faixa. Essa aqui sim poderia muito bem ter sido batizada de "To Live is To Die II". Como eu quase ia às lágrimas ouvindo To Live is To Die quando a ouvi pelas primeiras vezes, é óbvio que fiquei de queixo no chão por essa nova Suicide & Redemption, que consegue ser simples e evocativa ao mesmo tempo.

My Apocalypse
, a última música, é a porrada-mor de Death Magnetic. Pense numa mistura de Damage Inc (do Master of Puppets) com Blackened (do And Justice For All) e você estará perto. Uma música destruidora, puro Metallica dos velhos tempos, para enfartar os fãs e fechar o disco com chave de ouro!




Conclusão: Death Magnetic é um álbum excelente, com várias composições intrincadas, e requer duas ou três audições atentas para ser bem desfrutado. Feito isso, não há dúvidas: quem é fã da banda vai babar de felicidade, e quem ainda não é tem em Death Magnetic uma ótima oportunidade de ser introduzido à discografia de uma das melhores e mais bem sucedidas bandas de rock de todos os tempos.

O Caveira ama o METALLICA profundamente, e recomenda Death Magnetic até debaixo da água!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

DOOM - O FILME (2005)




(Postado originalmente no endereço antigo da Cripta do Caveira em 25 de julho de 2006)


Esperei muito tempo e com muita curiosidade pelo filme DOOM, baseado em um dos meus games prediletos de todos os tempos. Mas o filme é uma porcaria, não recomendo para ninguém. Isso porque ...

1 - o filme não aproveita nada dos dois primeiros e clássicos games da série, que inclusive continham uma história muito legal. Absolutamente tudo no filme não passa de material promocional do game DOOM 3, tentando imitar aspectos desse jogo e não fazendo jus ao uso do nome da célebre franquia. Eu queria ver um mariner vestido de verde passando fogo sozinho contra hordas de demônios do inferno, como no Doom original. Mas, acredite ou não, você NÃO VERÁ nada disso no filme.

2 - a história do filme é capenga e clichê e o andamento é cansativo e aborrecido.


 

3 - Não dá pra acreditar, mas é verdade: FALTA AÇÃO! O filme começa a pegar (um pouquinho) no tranco só lá perto do final, na verdade. E o fim é uma bosta também.



4 - O visual do filme é pobre de dar dó. A única preocupação do diretor, pelo jeito, foi criar um clima de escuridão quase total. BELA desculpa pra poupar uns trocados com cenários e locações.

5 - Em nome da estupidez politicamente correta, burocrática e cagona que impera nos EUA, o roteiro central dos games ("corporação gananciosa que financia pesquisas de teletransporte em Marte acaba criando acidentalmente um portal para o inferno") foi adaptado para uma fórmula mais comportada e com menos potencial para polêmicas religiosas ("corporação gananciosa que financia pesquisas de genética e arqueologia em Marte acaba criando monstrinhos e zumbis decorrentes de experiências ilícitas com humanos"). DÃÃÃÃ!!!!

6 - Exceto pela gata Rosamund Pike, todo o resto do elenco é de um amadorismo assustador (tá, dou o braço a torcer e admito que Karl Urban está razoável também). Quem é que inventou que The Rock é um ator??? O cara está terrível, não convence MESMO. Pro resto do elenco, dou um desconto porque é difícil mostrar interpretação com personagens tão planos e dispensáveis como os que vemos no filme.



7 - A alardeada seqüência de ação em primeira pessoa surge de súbito no filme da maneira mais deslocada e pouco natural possível. Ainda assim, as cenas que se vê nestes minutos são uma das poucas coisas que se destacam do marasmo do resto da "obra".

8 - Porra: CADÊ a Cyber-Spiderdemon????????


Se o seu filme de DOOM não tem a Spiderdemon Mastermind, então há algo errado com seu filme!



Se o mocinho do seu filme do DOOM não se parece com esse cara, há algo errado com o seu filme!


COISAS BOAS do filme:

1 - Fracassou nos cinemas, como bem mereceu. Eu odiaria que as pessoas achassem que essa MERDA é a história de Doom. Eu odiaria que essa coisa gerasse uma continuação.

2 - Rosamund Pike é uma gata. Se ela aparecesse pelada, o filme quase valeria à pena.

3 - O filme diminui consideravelmente as chances de termos que aturar The Rock em outra película.

4 - Se for encarado como mero merchandising barato do game Doom 3, o filme QUASE justifica sua existência.

5 - A seqüência em primeira pessoa é realmente legal, ficou bem feita e divertida e, nos minutos em que dura, rola 2/3 da ação do filme inteiro.

6 - Os extras do DVD (que falam sobre a série de games) são divertidos, ao contrário do filme.



Se o cartaz do seu filme de DOOM não for exatamente assim, há algo errado com o seu cartaz!



"Ai, que MEDA desse filminho ordinário!!!"


Na qualidade de fã de longa data dos games da série (principalmente dos clássicos DOOM e DOOM II) e que conhece decentemente o cânone dos games, aproveito para esclarecer: DOOM é sobre uma corporação inescrupulosa que abre um PORTAL PRO INFERNO!!!!!! Isso aconteceu porque as instalações da empresa eram em Marte, e o game revela que o Inferno se localiza precisamente  abaixo de uma das luas de Marte.


Qualquer roteiro ou final que seja diferente de tudo isso é uma boiolice ridícula e está muito abaixo da crítica.



Demônios humanóides levando chumbo e sangrando em litros: o filme não tem nada disso.


SALDO GERAL:

- Como adaptação de DOOM para os cinemas, esse filme merece nota ZERO!

- Como filminho barato e genérico de ação com zumbis e monstrinhos, merece uma nota CINCO.



Para não passar vergonha, diga que você viu o filme só por causa da Rosamund Pike!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

METALLICA - OS MELHORES VÍDEOS NO YOUTUBE

Para comemorar o show do METALLICA em Porto Alegre (falta só uma semana, galera!), aproveitamos para colocar aqui na Cripta alguns dos melhores vídeos oficiais da banda, todos em boa - ou ótima - qualidade. Aproveitam e vamos começar a contagem regressiva para receber novamente na capital gaúcha, mais uma vez, a maior banda de heavy metal do mundo!


Não se assustem por alguns dos vídeos "estourarem" as margens do blog, não é problema no seu navegador, não! É que alguns estão em HD (alta definição), garantindo uma qualidade muito boa, bem acima da média do YouTube (que, como todo mundo sabe, é infestado de vídeos de qualidade horrorosa).

































E, por fim, vai uma menção honrosa ao amador abaixo, que tirou a clássica Master of Puppets na guitarra com invejável competência:

sábado, 16 de janeiro de 2010

Filmes ruins: COBRA (1986)



(Postado originalmente no endereço anterior da Cripta do Caveira, em 16 de agosto de 2007)

Judas dançarino ... acabei de ver aquele que deve ser um dos piores filmes de ação já feitos: COBRA, estrelado por Sylvester Stallone.

Aliás, eu devo ser a última pessoa da face da Terra a ter visto essa porcaria de filme, porque essa coisa é de 1986 e já passou na televisão até não poder mais. Mas graças a Deus que só fui ver essa coisa com maior maturidade e idade adulta, porque não sei quais danos mentais esse filméco é capaz de causar em crianças e adolescentes.

Stallone encarna Marion Cobretti, um policial metido a "acima da lei" que evidentemente tem esse nome ridículo tão somente para explicar retroativamente o apelido de COBRA. Ridículo demais.



Cobretti (argh!) é destacado pela polícia idiota da cidade idiota para lidar com uma gangue de idiotas que ... estão matando pessoas. É, eles matam pessoas POR NADA. Sério, não estou brincando. É uma gangue enorme de loucos que não tem mais nada pra fazer e mata pessoas por puro esporte. E ainda usam o nome super fashion de THE NIGHT SLASHERS. Ai, meu bom Jesus ...



Não vou perder muito tempo falando desse filméco ridículo, até porque não há críticas pontuais a fazer: simplesmente NADA funciona. A "ação" é um amontoado de clichês desinteressantes, a violência é tão gratuita e forçada que chega a ser cartunesca, a atuação dos atores é digna de um teatrinho de escola primária e o roteiro simplesmente NÃO EXISTE. Sério: qualquer joguinho de videogame de dar porrada, tipo Double Dragon ou Streets of Rage, tem um roteiro muito melhor.


Mas o mais impagável nessa bomba são os diálogos, que parecem saídos de uma convenção do Partido Republicano norte-americano ou de uma reunião da National Rifle Association. Dois exemplos ilustrativos:

MOCINHA: "Eu não sei como pode ter tanto psicopata à solta!".
COBRA : "Pergunte para o Juiz".
MOCINHA: "O que?".
COBRA : "Pergunte para o Juiz. Nós os prendemos, ele os solta."
MOCINHA: "Isso me deixa enojada".

***

BANDIDÃO: "Você não vai atirar! Você precisa me prender. Venha aqui me render. Eu tenho direitos. E você sabe que eles vão dizer que eu sou insano".
COBRA : "Aqui é onde termina a lei e onde começa ... EU!!!".

Poesia pura, não é mesmo?


Games legais: SPIDERMAN 3 (Game Boy Advance)



(Postado originalmente no endereço anterior da Cripta do Caveira, em 08 de agosto de 2007)

Com a correria do primeiro semestre, acabei dando bobeira e deixei de ver o novo Spiderman nos cinemas. Agora só me resta aguadar o lançamento em DVD para disputá-lo à tapa nas locadoras com outras crianças como eu. Mas pelo menos estou tendo alguma diversão derivada como SPIDERMAN 3 do Game Boy Advance, um joguinho realmente legal.

Games adaptados de filmes geralmente são umas bombas, feitas às pressas para servirem tão somente como material de propaganda do filme em questão. Quando são lançados em versões para consoles semi-ultrapassados como o GBA, então, as expectativas vão direto para o ralo.



Essa versão de bolso de SPIDERMAN 3, no entanto, me surpreendeu positivamente. Primeiro: o visual está muito legal. Não são os melhores gráficos que o GBA já produziu, mas são polidos e perfeitamente adequados para o clima "história em quadrinhos". Segundo: a ação do jogo é ótima. Ao contrário de certos games 2D que chegam a dar dor de cabeça de tanta repetição (andar-bater-andar-bater, vide o recente GHOST RIDER), esse game do Homem-Aranha conseguiu um bom equilíbrio entre ação e aventura, com o protagonista tendo diferentes missões alternada, como resgatar reféns, apagar focos de incêndio, desarmar bombas, perseguir helicópteros, fugir do ensandecido Sandman, etc.

Terceiro: dá pra usar a roupa preta. YEAH! Com ela, Spidey mata qualquer trombadinha com um único e poderoso web-uppercut (mais ou menos que nem o Scorpion no clássico Mortal Kombat), além de ficar muito mais forte, podendo botar abaixo paredes inteiras e portas de ferro. Quarto: esse é possivelmente o game de Spiderman para GBA (são 5, se bem me lembro) que mais conta com diferentes movimentos para o herói. O Aranha faz o diabo: sobe pelas paredes, soca, chuta, dispara "tiros" de teia, puxa inimigos com a teia, dá "voadoras" com teia, se pendura, ergue-se em linha reta para cima com a teia (uma espécie de "vôo") e por aí vai.



Mas eu diria que o que mais gostei nesse SPIDERMAN 3 do GBA foi o design de fases. São várias, cerca de 16, mas são todas curtas e com autosave, o que permite que o jogador avance rumo ao fim mesmo que jogue meramente uns 20 minutos por dia. Ao meu ver, essa é a mecânica ideal para um game de ação em um console portátil, pois concilia um game com começo, meio e fim com partidas rápidas e descompromissadas. Claro que o tempo total de jogo poderia ser um pouco maior, acho que dá pra terminá-lo todo em menos de três horas com tranquilidade, mas é melhor do que games portáteis que exigem partidas demoradas para o jogador ter algum progresso.



O Gamespot deu nota 6.9 para o jogo, mas particularmente achei uma grande injustiça. Acho que isso se dá em grande parte porque esse pessoal está deslumbrado com games da nova geração (NINTENDO DS, SONY PSP, etc.) e avaliam esses games pro "velho" GBA de má-vontade!

O Homem-Aranha faz bonito no Game Boy Advance desde os primeiros dias do portátil, com Spiderman Mysterio's Menace de 2001, que era um dos melhores joguinhos da primeira safra do GBA. Se bem me lembro, esse novo SPIDERMAN 3 é o quinto game do Homem-Aranha para Game Boy Advance e, pelo menos entre aqueles derivados da série de filmes, o melhor de todos.



STREETS OF FIRE



(Postado originalmente no endereço anterior da Cripta do Caveira, em 23 de fevereiro de 2007)

Na última quarta-feira, vi um dos filmes mais AFUDÊS de todos os tempos. Uma pérola perdida chamada Streets of Fire, batizado por aqui de "Ruas de Fogo" (bom ver que, eventualmente, o pessoal traduz decentemente o nome dos filmes no Brasil).

O filme, como bem se anuncia, é basicamente uma ... fábula Rock and Roll! Sim, tô falando sério. Só que, ao invés de castelos e reinos, tudo é ambientado numa cidade suja, velha, violenta e decadente, num tempo indeterminado que ora parece com os anos 80 (penteados, música, roupas) e ora parece os anos 50 (ambientes internos, carros, visual dos estabelecimentos, "pinta" das gangues, etc). É mais ou menos uma homenagem/mix dos anos 50, feita nos anos 80.

Essa "fábula" não tem canções infantis, mas sim muito rock com aquele acentão pop dos anos 80, cheio de feeling e batidas eletrônicas. Algumas das melhores músicas são verdadeiras "operas-rock", radiofônicas e grudentas mas que ao mesmo tempo lembrar o som do Meatloaf e similares.

No lugar da princesa raptada pelo dragão ou vilão, temos uma cantora de rock, que é sequestrada no meio de seu show por uma gangue de motociclistas! Hahaha, quer coisa melhor do que isso? Parece roteiro de algum videogame tipo Double Dragon!



E no lugar do príncipe encantado, temos o fodíssimo Tom Cody, um anti-herói e ex-militar, que retorna à sua cidade natal após ter sido chamado de volta por sua irmã, que quer que ele resgate a cantora sequestrada ... que, por umas dessas coincidências da vida, é uma ex-namorada sua.

Esse filme é muito, mas muito bom mesmo!
Uma jóia subestimada. Foi produzido originalmente para ser uma trilogia, mas não teve o esperado sucesso de bilheteria e acabou no esquecimento. Ele tem tudo para agradar qualquer pessoa que seja fã da cultura/estética dos anos 80. Sua mistura de ação, musical, romance e comédia é diversão pura. 


Mas não pense que o filme não infuenciou ninguém ... se é verdade que não foi bem de bilheteria, seu impacto foi tremendo nos ... videogames!!! Eu não estava bricando quando falei que o roteiro parecia o de um jogo. Pois saiba que o super-clássico game FINAL FIGHT (1989, Capcom) foi DIRETAMENTE baseado neste filme. Caso você não lembre, nesse jogo o herói CODY (que inclusive é parecido com o personagem do filme) retorna à cidade de Metro City para resgatar sua namorada, raptada por uma gangue de marginais. Nomes, situações, clima e até roupas que aparecem no jogo foram inspiradas em STREETS OF FIRE.

E a influência foi mais longe. Diga: depois de DOUBLE DRAGON e FINAL FIGHT, qual é o beat'em up (jogo de andar e dar porrada) mais famoso de todos os tempos? Acertou quem disse STREETS OF RAGE. Nem preciso dizer que a coincidência de nomes é mais do que "coincidência", né?

Trocando em miúdos, STREETS OF FIRE é a fonte direta de duas das mais famosas séries de games de todos os tempos, e que inspiraram praticamente todos os jogos do estilo que saíram depois. Ironicamente, portanto, embora tenha sido mal-sucedido no mundo cinematográfico, a influência do filme em outras mídias foi grande. Não vou nem entrar no mérito do sucesso das excelentes canções do filme (incluindo a clássica "I Can Dream About You") porque daí já seria apelar ...

Enfim, se você gosta de filmes divertidos de ação, de games beat'em up ou de música pop dos anos 80, alugue este filme. Mas já vou avisando ... cuidado pra não chorar muito, ou ter um enfarto de emoção!

Agora, se você não gosta de nada disso ... então recomendo que você vá para um Spa fazer um tratamento prolongado para Cuzice Crônica, seu abominável e aborrecido pedaço de cocô desprovido de sentimentos!!!!!!!!!

E lembre-se: "Tonight is what it means to be young ..."



Destaques do filme:

* O personagem Tom Cody, protagonista do filme, mais macho-man que Chuck Norris e Jack Bauer juntos!
* Michael Paré no papel do protagonista, canastrão como só ele, mas dando o tom correto ao herói.
* Diane Lane (que interpreta a cantora raptada), pela gatice extrema. Com certeza está entre as mocinhas mais gatas do cinema oitentista.
* A sapatão McCoy, braço-direito de Cody, que protagoniza vários dos melhores momentos cômicos da película.
* Rick Moranis, sempre competente, apesar de estar bastante apagado na trama.
* William Dafoe, neste que é - certamente - o papel mais bizarro que já viveu no cinema!
* Bill Paxton num papel secundário ridículo.
* A trilha sonora de NOITE MÁGICA OITENTISTA!
* A ambientação, o clima e a atmosfera geral do filme.

OS DESENHOS DOS ANOS 80 MAIS MARCANTES DA MINHA INFÂNCIA







(Postado originalmente no endereço anterior da Cripta do Caveira, em 13 de setembro de 2006)


* Categoria "Heróis e ação matadora":

1 - THUNDERCATS
2 - HE-MAN AND THE MASTERS OF THE UNIVERSE
3 - JAYCE AND THE WHEELED WARRIORS
4 - DEFENDERS OF THE EARTH (Os Defensores da Terra)
5 - TEENAGE MUTANT NINJA TURTLES (As Tartarugas Ninja)
6 - THE REAL GHOSTBUSTERS (Os Caça-Fantasmas)
7 - FILMATION'S GHOSTBUSTERS (Os Fantasmas)
8 - POLE POSITION




Não, eu não olhava muito Comandos em Ação nem Transformers. Essas coisas sempre valerem muito mais pra mim pelas linha de brinquedos que tinham do que pelos desenhos animados em si.


 
Ah, e você nunca ouviu falar em "Jayce and the Wheeled Warriors", né? Hehehehe. Não esquenta, aparentemente eu sou umas das únicas quatro pessoas no mundo que lembra desse desenho.




* Categoria "Risadas":

1 - WOODY WOODPECKER (Pica-Pau)
2 - TOM AND JERRY
3 - INSPECTOR GADGET






 
* Categoria "Aventuras":

1 - DUCK TALES
2 - JOHNNY QUEST
3 - DOGTANIAN AND THE THREE MUSKEHOUNDS


Não, eu não vou citar Caverna do Dragão. Eu já era um adolescente, e já estava em plenos anos 90, quando comecei a me interessar por esse desenho.




* Categoria "Existencial e reflexivo":

1 - SNOOPY

* Categoria "Tá, é meio coisa de viado mas pra criança a gente tem que dar um desconto":

1 - THE GET ALONG GANG
2 - THE MUPPET BABIES
3 - PUNKY BREWSTER
4 - WILDFIRE (Cavalo de Fogo)
5 - HONEY HONEY (Favo de Mel)





Sim, eu gostava do desenho da Favo de Mel, sim. Sim, eu ficava com medo de que fossem abrir a barriga da gatinha branca, sim. É, é, eu olhava o desenho da Punky também. É, é, aquele que ela tinha um bichinho mágico que voava e que queria voltar pro final do arco-íris. SIM eu achava legal, SIM. Não, não, eu NÃO sou bicha, não. Que é isso, pô? VOU TE RASGAR A BOCA, MERMÃO!!!!



IRON MAIDEN - A MATTER OF LIFE AND DEATH (2006)



(Postado originalmente no endereço anterior da Cripta do Caveira, em 30 de agosto de 2006)


"Esse é o melhor álbum do Iron Maiden desde Seventh Son of a Seventh Son".

Você vai ver a frase acima em 90% dos reviews que ler sobre o novo disco do Maiden, seja um review de revista especializada ou de comunidade no Orkut. Não veja nisso nenhuma surpresa. É simplesmente a coisa mais previsível do mundo para se dizer sobre o disco - aliás é o mesmíssimo "comentário geral" que se fez sobre o álbum anterior do Maiden, DANCE OF DEATH (2003). É natural que os fãs pensem assim, afinal o álbum SEVENTH SON OF A SEVENTH SON é o último da chamada "fase clássica" do Iron, marcada pela definição do estilo "metal melódico" que se tornou marca registrada da banda e que exerceu enorme influência no heavy metal mundial.

Dito isso, é uma profunda perda de tempo identificar se o álbum é "melhor" ou "pior" do que outros lançados há quase vinte anos atrás! Vivemos num outro momento histórico, a cabeça dos músicos é outra, o estilo de compor mudou e a proposta da banda também não é mais necessariamente a mesma. Só o gosto pessoal de cada fã poderá dar a resposta para esta pergunta. Portanto, deixemos essas "frases feitas" de lado e tentemos nos ater aos fatos.

Aí vai um: primeiro, esse é o álbum mais inovador e diferenciado do Iron Maiden desde THE X-FACTOR (1995). O problema é justamente que The X-Factor é um disco detestado por boa parte dos fãs da banda, principalmente por não contar com Bruce Dickinson nos vocais. Apesar disso, a verdade é que THE X-FACTOR foi o álbum que redefiniu o estilo de compor do Sr. Steve Harris, baixista, líder e compositor-por-excelência da banda. O hard-rock de composições curtas e cheio de riffs, que dava o tom nos dois álbuns anteriores (NO PRAYER FOR THE DYING e FEAR OF THE DARK) cedeu lugar à faixas longas e "darks", com letras contendo uma visão crítica e questionadora sobre o lado negro do mundo atual (como as guerras, a violência e as dificuldades de se levar a vida adiante).

Segundo fato: esse é o álbum mais AUDACIOSO do Iron Maiden desde que Bruce voltou ao grupo em 1999. A banda, em certas horas, chega a um passo do metal progressivo. Das dez faixas do disco, só três tem menos de seis minutos de duração. É um álbum de músicas longas e intrincadas, feito para mandar à merda qualquer conceito de música pesada que esteja na moda ou que se mostre acessível para os padrões das rádios e da MTV. O que nos leva ao terceiro FATO: esse álbum não é NADA comercial e evidentemente não terá o potencial de vendas de um FEAR OF THE DARK (Nota do Caveira em 16 de janeiro de 2010: o tempo mostrou que, apesar do som pouco comercial, a qualidade do álbum falou mais alto e o disco se tornou um grande sucesso de vendas e elevou o prestígio do Maiden para um patamar próximo ao dos áureos anos 80).

Quarto fato: esse é o álbum mais pesado, bem produzido, elaborado e bem acabado do Maiden desde à volta de Bruce à banda. Tudo que já surgia em BRAVE NEW WORLD (2000) e DANCE OF DEATH agora está melhor do que nunca. Salta aos olhos que o Iron adotou uma postura de liberdade criativa ainda mais absoluta do que a de praxe, e os resultados foram excelentes. Da mesma forma, nesse álbum você ouvirá alguns dos momentos mais PESADOS que o Maiden já gravou em toda a sua longa carreira.

Tudo isso, enfim, nos conduz para uma conclusão final. Sim: parece correto dizer que este é o MELHOR dos álbuns do Maiden ... desde Seventh Son? Não. Mas desde que a formação clássica se reuniu novamente em 1999? Sim, disso creio que poucos haverão de discordar.

Antes de mais nada, devo dizer que é MUITO BOM ver o Iron - talvez mais do que nunca - mandando para a PUTA QUE O PARIU as convenções do "rock pesado comercial", não tendo pudor em lançar um álbum cheio de músicas de quase DEZ minutos cada, e que simplesmente não soam nem um pouco cansativas ou repetitivas. Ao todo, o disco traz nada menos do que 72 minutos de música, sem dúvida um dos mais longos álbuns de heavy metal da história a ser apresentado no formato de um único CD.




E não é só no aspecto instrumental que a banda mostra serviço. Célebre por suas letras "épicas", baseadas em obras de ficção, cinema, literatura e passagens históricas, o Maiden chega ao seu décimo-quarto disco de estúdio apresentando um álbum quase que inteiramente constituído de letras mais sérias e contextualizadas com o mundo atual, que questionam a violência, as guerras, a intolerância política e religiosa e lamenta pelas vítimas desses males. É muito raro, hoje em dia, ouvir uma banda que não se situe nos seguintes extremos: alienação total dos problemas do mundo ou discurso panfletário  totalmente situado dentro do espectro político. O Maiden, contrariando a regra, adota um lirismo crítico sem ser político, movendo o foco de seus questionamentos inteiramente para o aspecto do sofrimento humano. E faz isso com rara competência.

A MATTER OF LIFE AND DEATH prova, aos fãs do Iron Maiden, aquilo que eles mais estavam ansiosos para constatar: que o Iron continua inovador, criativo e autêntico, não tendo se tornando uma "banda dinossauro" que tenta imitar sucessos do passado apenas para se manter na mídia e fazer shows repletos de velharias pra ganhar dinheiro. Pode-se amar ou odiar o Iron Maiden atual, mas a verdade nua e crua é que a banda está extremamente ativa e criativa, fazendo questão de "mostrar serviço" álbum após álbum, sem ficar reciclando as mesmas músicas, apostando em composições cada vez mais pesadas, longas e complexas. Arte, meus amigos, é precisamente isso.

Up the Irons!

ZOMBIE





(Postado originalmente no endereço anterior da Cripta do Caveira, em 23 de agosto de 2006)


Acabei de ver ZOMBIE, clássico do horror italiano dirigido por Lucio Fulci, uma das maiores autoridades do país nesse estilo. O filme é conhecido como ZOMBI 2 nos EUA (ganhou esse nome para pegar carona no sucesso de Dawn of the Dead, de George Romero) e como ZOMBIE FLESH EATERS na Inglaterra.

Lançado em 1980, o filme mostra um veleiro desgovernado que chega às margens do rio Hudson, em Nova York. A Guarda Costeira aborda o barco e constata que ele foi abandonado. Pelo menos é o que eles pensam, até que uma criatura coberta de sangue surge do nada, ataca e mata um dos oficiais, sendo baleado em seguida pelo outro e caindo no mar.

Consternadas pelo incidente, as autoridades fazem contato com a filha do dono do barco, que manifesta preocupação com seu pai desaparecido. Na noite seguinte, a moça conhece um repórter enviado para investigar o incidente envolvendo o assassinato do guarda costeiro, e os dois se juntam a fim de descobrir o paradeiro do pai dela. As investigações os levam a uma pequena ilha do Caribe, na qual um médico está obcecado na busca de uma explicação para um fenômeno recente que atormenta a ilha, relacionada a velhos mitos e rituais de origem africana.

Se esse "fenômeno" tem a ver com gente levantando das sepulturas? É CLARO que sim!

Polegar pra cima para este  clássico! Tem história, ritmo, excelentes maquiagens, MUITA violência explícita e visceral (bem ao gosto do cinema de horror italiano), um bom clima de horror, ótimas cenas e ainda por cima um final excelente, que pega o espectador meio de surpresa, o que é uma qualidade REALMENTE rara nesse tipo de filme.


Impressionante ver como é possível fazer um ótimo filme de horror com pouco orçamento, um talento que parece ter desaparecido hoje em dia, época em que os poucos filmes de horror decentes se mostram dependentes de alto orçamento e efeitos especiais. Compare, por exemplo, com os milhões de dólares gastos na produção do recente DOOM, um filméco de terror sem rumo e aborrecido, que não mete 10% do medo que ZOMBIE dá em que assiste.

A má-notícia é que, se você quiser ver esse filme, precisará baixá-lo na internet ou comprar no exterior, já que ele permanece inexplicavelmente ausente no nosso mercado miserável de VHS/DVD nacional, sempre em passo de morto-vivo. As distribuidoras daqui deveriam se preocupar menos em disponibilizar por aqui lançamentos vagabundos do estilo, que abarrotam as locadoras todos os meses, e dar mais atenção para clássicos como a filmografia de Fulci, Argento, George Romero, os filmes cinqüentistas da Hammer e coisas do tipo.

Enfim, ZOMBIE é um dos melhores filmes de zumbi que eu já tive o prazer de ver e é diversão garantida para os FIÉIS apreciadores de filmes de terror.

Melhores cenas:

1 - zumbi abocanhando um tubarão debaixo da água!

2 - zumbi enfiando o olho da mulher numa lasca de madeira da porta.

3 - zumbizada levantando do chão no cemitério.

4 - zumbizada cercando o hospital da vila à noite.

5 - guerrilha dos heróis contra os zumbis.

6 - garota mergulhando com os peitos de fora.

7 - grupinho de mortos-vivos jantando o cadáver da mulher.

8 - namorada de um dos "mocinhos" do filme levando uma mordida na jugular que estraçalha a garganta inteira da mulher e faz ela perder cinco litros de sangue em três segundos.

9 - os "closes" da câmera nos zumbis. É realmente ótima a maquiagem desse filme!

10 - A cena final, a melhor de todas!!!



Muita gente desconhece o fato de que a Itália é um dos maiores berços do cinema de horror do mundo, imaginando que o país nada tem a oferecer além de faroestes classe-B e comédias do Roberto Bennini. Ledo engano! Alguns dos maiores nomes do horror na sétima arte vêm da Itália, incluindo Lucio Fulci, Mario Bava e Dario Argento, diretores de várias obras do estilo e que são citados como influência por quase todos os diretores de horror norte-americanos.

Para dar um exemplo, basta lembrar que o antológico SEXTA-FEIRA 13, um dos mais clássicos filmes de terror americanos, é basicamente uma CHUPAÇÃO do filme Bay of Blood, de Bava.

UNDERWORLD - EVOLUTION




(Postado originalmente no endereço anterior da Cripta do Caveira, em 21 de agosto de 2006)


Ontem assisti UNDERWORLD - EVOLUTION em DVD. Booh, filme bala. Ah, como seria bom se todas as continuações fossem assim. Pra quem não sabe, o filme dá sequência ao igualmente ótimo UNDERWORLD, que foi lançado há uns dois ou três anos. Em resumo, a história gira em torno da existência de vampiros e lobisomens no mundo atual, mas devidamente ocultados do conhecimento dos humanos. As duas "raças" de criaturas travam uma guerra nesse sub-mundo há séculos, e a coisa pega fogo quando disputas internas e conluios colocam em cheque as lideranças dos vampiros, tornando especialmente complicada a vida da vampira Selena, interpretada por Kate "tomara que um dia caia na minha cama de biquini" Beckinsale.

Dez motivos para ver o filme:

1 - ótimo clima;

2 - muita ação;

3 - trama interessante;

4 - ritmo frenético;

5 - Kate Beckinsale nua transando com um lobisomem (é sério ...);

6 - Kate Beckinsale enfiadinha numa roupinha justinha de couro;

7 - MUITO sangue, violência e desmembramentos;

8 - É bom o suficiente para agradar: quem gosta de filmes de horror; de vampiros; góticos em geral; fãs do RPG Vampiro - A Máscara; fãs de filmes de ação em geral; fãs de filmes violentos e todos aqueles que curtem ver a Kate Beckinsale (espero que todo mundo!);

9 - Prova que é possível fazer esse tipo de filme sinistro, sangrento e cheio de monstros sem cair no pastelão total (Van Helsing), no marasmo carente de rumo (Doom), no fundo do poço (Alone in the Dark) e até mesmo sem apelar para homens bonitos (Entrevista com o Vampiro) - o que, convenhamos, é muito gay;

10 - Tem uma cena em que a Kate Beckinsale fica pelada e transa com um lobi... ah, tá, esquece ... essa eu já falei, né? Tá, era isso então.



Resumindo: o filme é bão mesmo. Assistam os dois e confiram! Não esqueçam que, aqui no Bananal, o filme ganhou o ridículo nome de ANJOS DA NOITE (parece nome de banda punk oitentista).
 

"Beeeeeeem melhor que ser mordido no pescoço pelo Tom Cruise, hein?"