domingo, 8 de agosto de 2010

Você sabe o que é uma porcaria? GRIPE!

Adivinhem por que eu fiquei mais de uma semana sem postar nada na Cripta? Resposta: GRIPE! Sim, MAIS UMA maldita gripe, minha terceira em dois meses. Pelo jeito, 2010 é o Ano Internacional da Gripe Ferrar com o Caveira. E que gripe mais desgraçada: ataca com febre, tosse do cão, coriza, tudo ao mesmo tempo, até o cara se sentir um bolo de carne moída.


Não sei se vocês já pararam pra pensar nisso, mas a gripe é uma coisa muito idiota. O vírus poderia muito bem infectar uma pessoa e viver ali quietinho, no nosso organismo, como um simbionte. Mas nãããoo, o desgraçado ainda nutre aquela ideologia ultrapassada de querer MATAR o hospedeiro. Que coisa mais "Alien", tão anos 70 ...


O vírus da gripe, em última análise, é SEMPRE um perdedor: se ele infecta um hospedeiro e é eliminado do organismo, ele perde. Se ele consegue comprometer completamente o organismo do hospedeiro através de complicações (pneumonia, etc), o hospedeiro morre e o vírus morre junto. E se a gripe conseguisse sucesso na sua pretensão de infectar o mundo inteiro, acabaria matando todos os seres humanos e, consequentemente, se exterminaria. Daí se impõe a obrigatória conclusão de que o vírus da gripe é ignorante e nunca leu nada sobre Teoria dos Jogos, por exemplo.

O mais triste, no entanto, é o estigma social do gripado. As pessoas não conseguem sentir pena de gripado! Experimente ligar pro seu chefe e dizer que vai faltar no trabalho por estar gripado! Subconscientemente, rola aquele preconceito de que o gripado é de alguma forma culpado por ter ficado doente. "Ah, deve ter passado a noite na balada! Deve ter andado pelado(a) de pés descalços num motel de beira de estrada com uma companhia de qualidade duvidosa! Deve ter participado do IV Campeonato Estadual de Ingestão de Sorvetes!". Ninguém está preparado para aceitar o fato bruto de que o gripado é só uma pobre vítima das circunstâncias, e que possivelmente ficou gripado trabalhando, indo no supermercado ou naquela fila quilométrica do banco (onde tinha a velha que não parava de tossir, lembra?).

Por outro lado, ironicamente, a nossa cultura judaico-cristã-tupiniquim não vê nenhum problema quando o gripado cretino sai pelas ruas infestando tudo e todos. Se o adoentado quer ficar em casa em repouso, para eliminar o vírus no sofrimento solitário de seu estóico confinamento residencial, nós achamos isso reprovável, quase uma espécie de vadiagem disfarçada. Mas se o infeliz resolve socializar a sua miséria com os outros, tossindo, espirrando e infectando vítimas por todo lugar em que passa, daí todos acham isso socialmente aceitável!

E nem tente se insurgir contra isso, saindo na rua com uma máscara (como fazem os japoneses quando estão gripados). As pessoas vão achar que você está com alguma doença terminal e atravessarão a rua quando virem você. E sempre vai ter um engraçadinho saudável pra te apelidar de "Michael Jackson"!


"Eu, deixar de ir pro escritório por causa desse resfriadinho? Bem capaz! Vem cá dar um abraço!"

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