terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

GAMMA RAY - LAND OF THE FREE II (2008)

(Postado originalmente no endereço antigo da Cripta em 16/04/2008)

Três coisas importantes podem ser ditas sobre Land of the Free II, o mais recente álbum do Gamma Ray, lançado em 2007.

Primeiro: é possivelmente o melhor lançamento da banda desde o excelente Powerplant, de 1999. O álbum é repleto de ótimas músicas, excelentes vocais e ótimo instrumental, sendo que não só vem ao agrado dos fãs de longa data como também é um ótimo disco para conhecer o trabalho do Gamma Ray.

Segundo: Kai Hansen deveria "lavar a boca", pois na época em que o Helloween anunciou que iria lançar uma continuação dos célebres álbuns oitentistas "Keeper of the Seven Keys", ele malhou os caras, dizendo que não achava certo fazer aquilo, que as bandas não devem viver do passado, etc. E agora ele vem e lança uma continuação do Land of the Free, um dos álbuns mais aclamados do Gamma Ray. Coincidência? Hmmmm, acho que não!

Terceiro e último: apesar desse álbum ser ótimo e divertido, o ouvinte deve ficar avisado de que ele contém a maior quantidade de partes vocais e instrumentais "chupadas" do Iron Maiden que já se viu nesse mundo! A coisa é tão saliente que rolam até vídeos no Youtube (http://www.youtube.com/watch?v=rnvmGvY-Qsw) fazendo indagações sobre estas escancaradas "influências" do Gamma Ray.

Aí vai um breve resumo das músicas que achei mais interessantes do álbum:

A primeira música, "Into the Storm", é um heavy rápido e com melodias vocais bem marcantes. É uma faixa curta, sem maiores mudanças de clima ou instrumentais complexos, pesadinha mas ao mesmo tempo suficientemente "grudenta" como uma boa faixa de abertura costuma ser. Já está rolando um bom vídeo dessa música, que pode ser conferido em http://www.youtube.com/watch?v=vNtgf5U-9PE&feature=related

"Real World" é um metalzão "embalado" e empolgante, cujo instrumental parece saído de uma música do Joe Satriani misturada com o feeling da clássica "I Want Out" do Helloween e que tem uma letra estilo "filosofia realista/materialista". Uma das melhores do álbum, sem dúvida;

"Leaving Hell" é uma música bem legal, mas com algumas partes que eu achei constrangedoramente "inspiradas" em "Road to Hell", música do bem sucedido álbum "Accident of Birth" de Bruce Dickinson, lançado em 1996. A estrutura e linha vocal do refrão são idênticos! Mas como essa linha do refrão da música de Bruce já tinha sido claramente roubada de um trecho instrumental de "I Want Out" do Helloween (antiga banda de Kai Hansen do Gamma Ray), então está "tudo em casa" hehehehe.

"To Mother Earth" é uma típica faixa Power Metal arrasa quarteirão (parecidíssima com Eagle Fly Free do Helloween), com a bateria comendo solta no fundo. A música tem ótimas linhas vocais, melodias e partes instrumentais diferenciadas e bacanas, conseguindo ser bem sucedida em não cair na tradicional mesmice aborrecida para a qual esse estilo de som às vezes descamba.

"Empress" tem uma letra vampiresca legal e climão de hard rock, bem legal;

"When the World", como todo fã de heavy metal do mundo já notou, tem uma abertura simplesmente roubada da música "Flash of the Blade" do clássico álbum Powerslave do Iron Maiden. Aliás, a maior parte da estrutura de When the World lembra por demais a velha faixa do Maiden. Que Kai Hansen bebe até não poder mais na fonte do Iron Maiden, todo mundo sabe. Mas essa música ficou quase um cover estilizado de "Flash of the Blade". Desnecessário dizer que, nestes termos, é evidentemente uma música legal. E sabe o que é pior? Outra parte da música é descaradamente copiada de "The Longest Day", música do mais recente álbum do .... (surpresa!) Iron Maiden!

Mas é "Opportunity" a faixa que simplesmente "chuta o balde" em termos de plágio. A música tem um longo pedaço de solo de baixo com vocal que é simplesmente uma cópia, nota por nota, de parte da célebre "Rime of the Ancient Mariner" do Iron. É tão igual que não dá pra deixar de conter o riso.

Enfim, fãs de heavy em geral não podem perder Land of the Free II, que é um excelente álbum, apesar de por vezes causar um sentimento de (como diria o Iron Maiden) ... DEJA VU!

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