terça-feira, 23 de junho de 2009

QUEM DIRIA: TELEVISÃO COM UM POUCO DE VISÃO!

Nunca fui um grande fã de TV em geral, mas confesso que nunca gostei de tantas séries televisivas quanto hoje em dia. Estou realmente convencido que atualmente a média de qualidade desse tipo de programa é muito superior ao que se via em outros tempos.

Da minha infância, lembro basicamente apenas da SUPER MÁQUINA e do ESQUADRÃO CLASSE A. O resto do que eu assistia eram desenhos animados ou enlatados nipônicos de super-heróis lutando contra godzillas de borracha.



Confesso que eu achava MIAMI VICE interessante também, mas eu era muito pequeno pra ver esse tipo de coisa. É, eu sei, é difícil de acreditar, mas um dia Miami Vice foi considerado um programa violento. Hoje em dia, qualquer criança vê coisas muito mais fortes jogando GTA no videogame ...

Na minha adolescência, três séries da TV aberta me fisgaram:

* os CONTOS DA CRIPTA (Tales From the Crypt), que eram exibidos semanalmente pela Band ali pela metade dos anos 90 e chegaram aqui no Brasil também nas locadoras, em VHS;

* ANOS INCRÍVEIS, que também era exibida pela Band (se bem me lembro);


* MARRIED WITH CHILDREN (que eu realmente não lembro como era chamada por aqui).

Embora eu curtisse ver as últimas duas sempre que possível, a única que eu era FÃ de verdade era, naturalmente, dos saudosos CONTOS DA CRIPTA.

Já pelo final dos anos 90, ali por volta de 1997, eu fui fisgado pelos ARQUIVOS-X (The X-Files), indiscutivelmente a melhor série de TV dos anos 90. Essa série se destacava na medida em que criou o seu próprio universo, gerando uma complexa mitologia própria que ia além de episódios semanais independentes um do outro. Era mais ou menos aquilo que Star Trek havia feito muitos anos antes.

Com o fim dos ARQUIVOS-X, no começo dessa década, por algum tempo não encontrei nada que valesse à pena ver. SMALLVILLE estava começando, e era interessante, mas logo se tornou exagerado e aborrecido para o meu gosto (embora eu saiba que sou voto vencido nessa questão, dado o sucesso do programa, no ar até hoje).

Então, em 2006 foi apresentado ao LOST. U-A-U! A melhor série dessa primeira década do século XX, é óbvio.

Em 2008 passei a acompanhar três séries de humor imperdíveis, todas "bombando" atualmente na televisão americana. A primeira foi TWO AND A HALF MEN, que hoje é uma das séries de maior audiência nos EUA. Depois foi THE OFFICE, para a qual já dediquei um post na Cripta há algum tempo. E, mais recentemente, virei fã de carteirinha da divertidíssima THE BIG BANG THEORY.

Com isso, pela primeira vez na vida, estou curtindo QUATRO séries de TV ao mesmo tempo. Até eu estou surpreso. Nada mal para um cara que não é chegado em televisão. E isso que tenho consciência de que não dou atenção para algumas séries que estão fazendo muito sucesso nos últimos anos, como 24 HORAS, PRISON BREAK, FRINGE e HEROES.

Realmente, parece que a televisão americana hoje concentra mentes melhores e mais criativas do que o cinema hollywoodiano, que nos últimos tempos anda vivendo de continuações, super heróis e de remakes desnecessários.

sábado, 13 de junho de 2009

Post hiper-atrasado: review do show do DEEP PURPLE

Só agora, mais de três meses depois, é que finalmente estou colocando no blog um post sobre o show do DEEP PURPLE no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre, que ocorreu em 02 de março deste ano.

Essa foi a terceira vez que tive a oportunidade de ver a banda na capital gaúcha desde 2003, e novamente foi incrível ver de perto a vitalidade dessas lendas da história do Rock - Ian Gillan, Roger Glover e Ian Paice - acompanhados do tecladista Don Airey (na banda desde 2002) e do excepcional guitarrista Steve Morse, que já conta com mais de quinze anos no Purple.

O setlist foi um arraso, como já seria de se esperar, contando com as clássicas "Pictures of Home", "Into the Fire", "Strange Kind of Woman", "Space Truckin", "Highway Star", "Perfect Strangers", "Hush", "Smoke on the Water" e "Black Night", só pra citar as mais confirmadas e tradicionais. Dos últimos dois álbuns da banda (os excelentes "Bananas" e "Rapture of the Deep"), rolou "Wrong Man" (música que eu particularmente adoro), a bela instrumental "Contact Lost" e, incompreensivelmente, "Things I Never Said". Digo "incompreensivelmente" porque essa faixa é virtualmente desconhecida, na medida em que só foi lançada como bonus track do "Rapture of the Deep" no Japão. Seria mais legal terem escolhido alguma outra das várias músicas boas desses discos. No entanto, a escolha talvez se justifique pelo fato de que "Things I Never Said" é, de fato, uma música excelente.

Falando em obscuridades, a banda tirou uma do fundo do baú: a música "Wring That Neck". Essa faixa é do álbum "The Book of Taliesyn", de 1968 (!), e é tão velha, mas tão velha, que naquela época o vocalista do Deep Purple ainda nem era Ian Gillan, mas sim Rod Evans.

Falando em Gillan, o vocalista foi seguramente o ponto mais controverso dos shows realizados aqui no país este ano. Ao contrário das performances de 2003 e 2006, dessa vez a performance de Gillan foi irregular e bastante falha. O fato é de fácil compreensão, pois o vocalista estava visivelmente doente, tossindo com frequência e indo para o fundo do palco sempre que podia para descansar um pouco.

Pelo que foi divulgado, Gillan estava com uma infecção pulmonar. Considerando tais fatores, a perfomance dele foi surpreendentemente competente. Mas é claro que não faltaram críticas de detratores acusando o vocalista de "estar acabado", "estar muito velho", etc. Com o devido respeito, não consigo entender o argumento desse pessoal. É verdade que Gillan está com 63 anos, mas se a voz dele estava perfeita em 2003 e em 2006, não é exagero achar que "a idade levou embora a voz do cara" nos últimos três anos? Se é pra falar de idade, não custa lembrar que Gillan já era "velhinho" quando matou a pau nos shows em Porto Alegre em 2003 e em 2006. Portanto, ficou mais do que óbvio de que o problema do vocalista nos shows deste ano foi a saúde mesmo. De qualquer forma, é mil vezes melhor ver o Deep Purple com Gillan não estando nos seus 100% do que se os shows eventualmente fossem cancelados.

Para completar, o show proporcionou uma alegria extra para o Caveira que vos fala: levei o meu LP original do "In Rock" (um dos meus álbuns favoritos da banda) no show, e o exibi para os músicos ao longo da apresentação tanto quanto pude. Depois, através de uma simpática moça da equipe do grupo, consegui os autógrafos de Gillan, Glover e Paice no LP - que agora está devidamente enquadrado e emoldurado numa parede do meu apartamento, como uma verdadeira relíquia do Rock.

Em poucas palavras: Deep Purple é muito, muito, mas MUITO bom. É parte da Santíssima Trindade que, integrada também pelo Led Zeppelin e pelo Black Sabbath, criaram o hard rock e o heavy metal e abriram o caminho para tudo o que se fez depois nesses estilos e seus subgêneros. E, além do mais, não é qualquer banda que pode se gabar de ter QUARENTA anos de CARREIRA!

Da minha parte, espero que esses caras continuem na ativa até os oitenta anos ...