quinta-feira, 14 de agosto de 2008

IV FANTASPOA


Nos dias 9 e 10 de agosto, fui nas sessões do IV Fantaspoa, o festival de cinema fantástico de Porto Alegre, que é uma das minhas atrações culturais favoritas destas bandas e que rolou entre 29 de julho e 10 de agosto. Minha vontade, naturalmente, era de ter assistido tudo o que foi exibidido ao longo do festival, mas o tempo infelizmente só me permitiu ver seis filmes. Mesmo assim, considerando que no ano passado eu só vi dois, não posso me queixar!


O Fantaspoa desse ano privilegiou filmes independentes, recentes e desconhecidos, em detrimento de velhos clássicos (obscuros ou não) do cinema de horror, que davam o tom em anos anteriores. Por um lado, esse direcionamento torna o festival mais interessante do ponto de vista cultural, proporcionando aos fãs do gêneros o contato com obras que dificilmente seriam conferidas de outro modo. No entanto, acho que seria legal manter-se pelo menos um pequeno espaço para filmes clássicos, para serem introduzidos a quem ainda não os viu, valendo à pena serem conferidos novamente por quem já viu.

Infelizmente não consegui ver o filme considerado o melhor do festival, HOGFATHER. Então vou me limitar a comentar os filmes que eu vi. Vou começar resenhando os três primeiros que vi, e num post futuro comentarei os outros três.


- THE MURDER GAME
(EUA, 2006. Direção: Robert Harari)

Sinopse: um grupo de adolescentes tem por hábito divertir-se com um jogo de simulação de assassinatos, no qual um dos participantes é escolhido para ser um serial-killer. Funciona mais ou menos como um RPG live-action. Apesar da inocência da brincadeira, os amigos não conseguem mais realizá-la na casa de nenhum deles, pois todos os seus pais vêem o jogo com
maus olhos. Decepcionados e aborrecidos, os colegiais resolvem esconder-se num depósito para jogar durante a madrugada, após o lugar ser fechado. A idéia funciona perfeitamente e a diversão começa, até que alguns jogadores começam a morrer de verdade.

Comentários: realmente gostei da premissa do filme, é um ponto de partida interessante e a história começa bem engrenada. A química entre os atores principais é boa também. Apesar dessas qualidades, o que compromete The Murder Game é a aparente inexperiência dos envolvidos na produção, bem como o visível baixo orçamento. Isso se reflete nas interpretações
irregulares, na fotografia "pobre" e no roteiro que acaba "saindo dos trilhos" e caindo numa mesmice forçada ao visivelmente prestar homenagem à escola de terror noventista inaugurada pela trilogia Pânico (Scream) de Wes Craven. Uma produção mais sombria, direta e claustrofóbica, menos preocupada com "reviravoltas" e adolescentismos forçados, poderia ter rendido um filme espetacular. Ainda assim, The Murder Game é melhor do que a maior parte dos lançamentos do gênero no mercado de DVDs, e merecia ser lançado para vídeo. Vale uma conferida. NOTA: 6,0.



- END OF THE LINE
(Canadá, 2006. Direção: Maurice Devereaux)

Sinopse: uma jovem médica estressada vive um pesadelo quando, ao pegar o metrô para a casa à noite, é atacada por um grupo de fanáticos religiosos homicidas. Ela e os outros passageiros sobreviventes formam um pequeno grupo de fugitivos, que lutam para salvar suas vidas correndo pelos túneis subterrâneos do trem enquanto lentamente descobrem que algo de muito errado está acontecendo em todo o mundo.

Comentários: este é simplesmente um dos melhores filmes de horror dos últimos tempos, e é revoltante que obras dessa qualidade não estejam em circuito normal de exibição em todos os cinemas ou, no mínimo, disponível em DVD por aqui. O filme é soberbo, perfeitamente executado e absolutamente assustador. Seja pelo clima opressivo, pela produção profissionalíssima, pela qualidade dos atores ou pelo andamento perfeito da ótima história, praticamente não sobra o que criticar no filme. Um fã de horror, como eu, pode passar anos e anos sem conseguir ver um filme tão bom do gênero. O filme segue a escola Dawn of the Dead de Romero, mas com invejável personalidade e autenticidade. Opressivo, empolgante, divertido e genuinamente assustador. Muito apropriadamente, foi descrito como um filme que “derrete o espectador na poltrona do início ao perturbador final” pela crítica do Festival de Toronto. Me perdoe, mas tenho pena de você que não apareceu lá no Fantaspoa, pois só Deus sabe como você fará para ver esse filme agora. Mas acredite: você DEVE vê-lo!

Vencedor de prêmios em Austin 2007 (Júri Visão Inovadora ao Diretor), Montreal Fantasia 2007 (Segundo Melhor Filme das Américas e Europa), Toronto 2006 (Seleção oficial) e Festival Dead by Dawn Escócia 2007 (Prêmio da Audiência Melhor Filme). NOTA: 9,0.



- JENNIFER'S SHADOW
(EUA/Argentina, 2004. Direção: Daniel de la Vega e Pablo Parés)

Sinopse: a jovem Jennifer viaja a Buenos Aires para tratar de uma mansão que herdou por conta do falecimento de uma tia. No local, reencontra sua sinistra avó. Durante sua estada na sinistra mansão, Jennifer descobrirá o terrível segredo por trás da doença que liquidou sua família.

Comentários: Jennifer's Shadow presta um visível tributo ao cinema de horror do final dos anos sessenta até início dos oitenta. Visual "grão-fino", atuações "posudas", andamento arrastado e um toque suave do sobrenatural sobre os conflitos emocionais dos personagens são os atributos que indicam as fontes inspiradoras do filme. Durante sua exibição, logo me veio à mente dois exemplares do gênero: o clássico Bebê de Rosemary (1968) e o menos conhecido (porém sensacional) The Changeling (A Troca, de 1980), estrelado por George C. Scott. No entanto, apesar da produção irrepreensível e da excelente participação da veterana Faye Dunaway, o filme simplesmente não é tão bom, nem tão surpreendente, basicamente carecendo de um clímax mais eficiente. Mas não deixa de ser interessante ver um filme recente apresentar essa estética "antiquada". NOTA: 7,0.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Novidades da Doutor Phibes

- A banda toca no próximo dia 15 de agosto no Pop Cult, em Novo Hamburgo. Além das músicas próprias, vai rolar um monte de covers do The Who e algumas coisinhas do Jefferson Airplane e Ramones.

- A Phibes tem um novo site no ar, que contará com o maior acervo de músicas da banda na Internet (já tem todas as gravações de estúdio e, em breve, terá algumas faixas ao vivo disponíveis): http://www.purevolume.com/doutorphibes


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